Bombeiro do PR recebe alta após resgatar mulher pendurada em incêndio
Sargento Migliorini sofreu queimaduras ao salvar Juliane, que se pendurou para resgatar mãe e criança; outras vítimas seguem hospitalizadas

O sargento Edemar de Souza Migliorini, bombeiro que ajudou a resgatar Juliane Vieira de um incêndio em um apartamento em Cascavel, no oeste do Paraná, recebeu alta hospitalar neste sábado (18), após passar três dias internado. O profissional sofreu queimaduras de terceiro grau durante o atendimento, que ocorreu na manhã da última quarta-feira (15).
LEIA MAIS: Noivos do PR inovam e deixam igreja de bicicleta após casamento
Em vídeo, Migliorini comentou o episódio e agradeceu pelo apoio recebido. “Estou em casa, me recuperando, e continuarei o tratamento. Espero logo retornar ao trabalho no combate a incêndios”, afirmou.
O incêndio atingiu um apartamento no 13º andar de um prédio localizado no cruzamento das ruas Riachuelo e Londrina, no bairro Country. Imagens mostram o imóvel completamente destruído, com a cozinha e a sala consumidas pelas chamas, móveis e revestimentos derretidos, e quartos e banheiros com danos causados pela fumaça.
Juliane, de 28 anos, advogada e praticante de crossfit, ficou pendurada em um suporte de ar-condicionado para salvar a mãe, de 51 anos, e o primo de segundo grau, de 4 anos, que estavam no apartamento. Ela sofreu queimaduras em 70% do corpo e permanece em estado grave em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), após ser transferida para o Hospital Universitário de Londrina, referência no tratamento de queimados no estado.
A mãe de Juliane e o menino também continuam internados. A mulher sofreu queimaduras graves no rosto, braços e pernas, além de inalação de fumaça, e segue sedada e entubada em Cascavel. O garoto teve queimaduras no quadril, pernas, mãos e rosto, também inalou fumaça e está em UTI pediátrica em Curitiba.
Dois outros bombeiros ficaram feridos durante o combate ao incêndio. Um deles já recebeu alta, enquanto o outro permanece internado, sem gravidade. O calor dentro do apartamento ultrapassava 800°C, quase três vezes a temperatura de um forno elétrico, o que causou queimaduras nos uniformes mesmo com equipamentos de proteção.
O incêndio foi notado por trabalhadores de uma obra próxima, que alertaram o porteiro do condomínio. Ele acionou os moradores, desligou o gás e a energia e disparou o alarme de incêndio. O apartamento foi isolado para perícia, e as causas aparentam ter sido acidentais, possivelmente entre a cozinha e a sala. O laudo final deve ser concluído em cerca de dois meses.
Além do heroísmo de Juliane, que salvou a mãe e a criança, a ação rápida dos vizinhos e do Corpo de Bombeiros impediu que o incêndio causasse ainda mais vítimas. O cachorrinho da família, Barthô, também foi resgatado sem ferimentos.