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Bilhete deixado com indígena decapitado promete mais mortes no PR

Carta gerou pânico entre famílias indígenas e crianças pararam de frequentar escola; Ministério Público recomendou proteção dos povos originários

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Bilhete foi deixado ao lado do corpo de Everton Lopes Rodrigues, de 21 anos
Icone Camera Foto por reprodução
Bilhete foi deixado ao lado do corpo de Everton Lopes Rodrigues, de 21 anos

Um bilhete brutal, deixado ao lado do corpo decapitado de um jovem indígena no Paraná, espalhou o terror entre a etnia Avá-Guarani. O conteúdo da carta, que promete mais mortes e ataques contra crianças em ônibus escolares, fez com que famílias do oeste do estado parassem de enviar seus filhos para a escola.

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- LEIA MAIS: MP recomenda proteção a crianças indígenas após crime brutal no PR

A região é alvo de conflitos históricos, situação que se agravou após a morte do indígena Everton Lopes Rodrigues, de 21 anos. Segundo o Ministério Público do Paraná (MP-PR), a carta deixada ao lado do corpo de Everton dizia: "[...] nós vamos matar mais de vocês, iremos invadir as aldeias já existentes, atacaremos os ônibus com as vossas crianças dentro, queimaremos vivos. Não é uma ameaça vazia, mas, sim, recheada com ódio".

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No bilhete, o autor também ordenava que as comunidades interrompessem processos de retomada de terras. Um acordo da Itaipu, homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que trata da compra de terras para indígenas na região.

O número exato de crianças que têm faltado à escola não foi divulgado, mas o MP afirmou que o problema afeta as comunidades de Guaíra, um dos cinco municípios que compreendem as Terras Indígenas (TIs) Tekoha Guasu Guavirá e Tekoha Guasu Okoy Jakutinga. Mais de 500 crianças, entre 2 e 12 anos, vivem no local.

Segundo o MP-PR, algumas famílias só permitiram o retorno das crianças aos estudos depois de intervenção do MP.

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De acordo com Vilma Rios, liderança Avá-Guarani, existem dois ônibus que transportam somente crianças indígenas. 'No último assassinato foi deixado um bilhete onde o alvo são as crianças que estudam nas escolas públicas das cidades. Na carta, eles disseram para nós recuarmos, se isso não acontecesse iriam queimar ônibus escolar com nossas crianças dentro. Sabemos que eles realmente podem fazer isso, porque existem dois ônibus escolares apenas com estudantes indígenas", afirmou.

Conforme a advogada Ana Caroline Silva Magnoni, da Comissão Guarani Yvurupa, as ameaças têm provocado traumas profundos em crianças. Segundo ela, algumas não conseguem dormir e têm medo de ir à escola. "Além das ameaças no transporte, muitas também enfrentam racismo e hostilidade dentro das próprias instituições de ensino. Isso causa evasão escolar, afeta a saúde mental e pode até gerar cortes no Bolsa Família, já que a frequência é exigida", explicou.

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