Alunos de colégio cívico-militar do PR cantam música de ódio do Bope
Estudantes de Curitiba foram gravados cantando versos sobre "deixar corpo no chão" e "esfolar" suspeitos. Secretaria da Educação repudiou o ato
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A Secretaria de Educação do Paraná (Seed) abriu uma apuração para investigar a conduta de um supervisor e alunos do Colégio Cívico-Militar João Turin, em Curitiba. Um vídeo divulgado na última sexta-feira (28) pela APP-Sindicato mostra os estudantes marchando na quadra da instituição enquanto entoam cânticos militares com apologia à violência letal e ao extermínio. Veja o vídeo acima.
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Nas imagens, cuja data exata de gravação ainda não foi confirmada, o grupo repete letras associadas a treinamentos de tropas de elite, como o Bope. Entre os versos cantados pelos adolescentes, constam trechos como: "Entrar na favela e deixar corpo no chão" e "O Bope tem guerreiros que matam fogueteiros; com a faca entre os dentes, esfola eles inteiros".
O secretário de Educação, Roni Miranda, confirmou que o caso está sendo verificado. A Seed convocou os diretores da unidade para prestar esclarecimentos.
Em nota oficial, a pasta afirmou que tais manifestações "não condizem com o compromisso do Paraná baseado em educação cidadã e transformadora". O governo estadual também defendeu o modelo de ensino, citando destaques em projetos como o "Ganhando o Mundo" e torneios de tecnologia, mas buscou distanciar o programa da conduta registrada no vídeo.
Repercussão e críticas
O episódio gerou reações imediatas de entidades de classe e parlamentares. A APP-Sindicato, que representa os trabalhadores da educação, classificou o ato como "doutrinação ideológica extremista".
"É chocante ver que a escola pública esteja sendo usada para [...] pregar o ódio, a violência, o massacre e o extermínio de comunidades periféricas", declarou Walkiria Mazeto, presidente da APP, que reiterou a posição da entidade contra a militarização das escolas.
A deputada estadual Ana Júlia Ribeiro também cobrou providências, definindo o ocorrido como "violência simbólica e psicológica". Segundo a parlamentar, a escola deve ser um espaço de acolhimento, e "nunca treinar para o ódio".
Atualmente, 345 escolas integram o programa cívico-militar no estado. O modelo funciona através de uma gestão compartilhada: a direção pedagógica permanece sob responsabilidade de um civil, enquanto a gestão de disciplina e rotina é atribuída a militares da reserva (policiais e bombeiros).
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