Leia a última edição
--°C | Apucarana
Euro
--
Dólar
--

Entretenimento

publicidade
ENTRETENIMENTO

Mulheres do Leste Europeu retratam o amor e a política em mostra no Rio

Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no WhatsApp Compartilhar no Telegram
Siga-nos Seguir no Google News
Grupos do WhatsApp

Receba notícias no seu Whatsapp Participe dos grupos do TNOnline

CAROL PRADO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um casal com rostos de Mickey Mouse troca beijos, que se tornam cada vez mais violentos, transformam-se em mordidas e acabam destruindo as máscaras dos dois. O amor é forte e frágil, capaz de criar e destruir, sugere o vídeo da artista russa Anna Jermolajewa.
A obra, como todas as que ocupam a mostra "Amor", em cartaz a partir desta terça (10) no Rio, tenta explicar como as mulheres do Leste Europeu lidam com o sentimento, e de que forma o histórico de comunismo, guerras e repressão influencia seus relacionamentos.
No filme de Jermolajewa, o amor que pode gerar resultados catastróficos não é só por um individuo, mas também a adoração fanática por uma nação, ideologia ou religião.
"Os contextos sociais e políticos desses países são distintos, mas dividem uma mesma problemática: o temor de que políticas de opressão, anexação e domínio voltem a exercer papel na sociedade", explica Denise Carvalho, que assina a curadoria ao lado da polonesa Monika Szewczyk.
"Muitos desses países estão hoje voltando ao moralismo, com governos de extrema-direita. Pouco a pouco, estão reduzindo as oportunidades de expressão artística."
A exposição reúne vídeos, instalações, fotografias e desenhos de 20 artistas de países como Polônia, Bósnia e Herzegovina, Uzbequistão, Lituânia, Ucrânia e Bulgária.
Temas como as guerras, a violência contra a mulher, a identidade de gênero e a prostituição são retratados por uma ótica que mescla subjetividade e geopolítica.
A série de desenhos "+18", de Victoria Lomasko, mostra casais de lésbicas em clubes na Rússia e as humilhações públicas a que são submetidos por grupos homofóbicos no país. O projeto destaca o aumento da discriminação contra gays após a aprovação, em 2013, de uma lei que proíbe a "propaganda homossexual" a menores e impede "ofensas aos sentimentos religiosos".
No vídeo "1395 Days Without Red", a atriz espanhola Maribel Verdú ("O Labirinto do Fauno") caminha em perigo iminente por ruas e cruzamentos.
A obra, de Sejla Kameric em colaboração com Anri Sala, ambos da Bósnia e Herzegovina, tem como base o cerco de Sarajevo (1992-1996), ocorrido durante a Guerra da Bósnia, quando a cidade foi alvo de franco-atiradores sérvios que disparavam a partir das colinas em seu entorno, após a desintegração da Iugoslávia.
"Esses trabalhos revelam como a repressão produziu formas menos óbvias de representação artística. Não são imagens clichê, têm certa autenticidade, porque têm origem no real", diz a curadora.
Para Denise, a história política da Europa oriental tornou as mulheres desses países mais capazes de enxergar o amor além das relações românticas. "As obras inserem o amor em situações sociais, políticas, e o sentimento se torna uma espécie de voz, uma ponte entre pessoas de realidades distintas."
A mostra segue em cartaz até 10 de julho, no espaço Oi Futuro, no Flamengo. A entrada é gratuita.

AMOR
QUANDO 10/5 a 10/7, de terça a domingo, de 11h às 20h
ONDE Oi Futuro (Rua Dois de Dezembro, 63, tel. 21 3131-3060)
QUANTO grátis
CLASSIFICAÇÃO 14 anos

publicidade
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.

Gostou da matéria? Compartilhe!

Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no WhatsApp Compartilhar no Email

Últimas em Entretenimento

publicidade

Mais lidas no TNOnline

publicidade

Últimas do TNOnline