Caravaggio encontrado em sótão na França é autêntico, dizem especialistas
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O quadro do pintor italiano Caravaggio (1571-1610) recentemente encontrado em um sótão de uma casa no sudoeste da França é uma obra autêntica, segundo especialistas, apesar da dúvida expressada após a descoberta,
"Esta iluminação especial, esta energia típica de Caravaggio, sem correções, com a mão segura, e as matérias pictóricas, fazem com que este quadro seja autêntico", declarou o especialista Eric Turquin, admitindo, no entanto, que ainda haverá controvérsia nas análises.
Nicola Spinoza, ex-diretor do museu de Nápoles e um dos grandes nomes do estudo sobre Caravaggio, concorda com Turquin.
"É preciso ver nesta tela um verdadeiro original do mestre lombardo, identificável quase com certeza, apesar de não termos prova tangível e irrefutável", assinala Spinoza.
A pintura foi descoberta no sótão de uma casa no sudoeste da França e proibida de sair do país por parte das autoridades, à espera de sua análise.
Um decreto da ministra da Cultura, publicado em 31 de março, "rejeita o certificado de exportação pedido para uma pintura possivelmente atribuída a Michelangelo Merisi, conhecido como Caravaggio".
Trata-se da obra "Judith Cortando a Cabeça de Holofernes", uma pintura a óleo sobre tela, "recentemente redescoberta e de grande valor artístico, que poderia ser identificada como uma composição perdida de Caravaggio", indica a ordem ministerial.
A existência da obra era conhecida por uma cópia atribuída a Louis Finson, pintor flamengo contemporâneo de Caravaggio.
A pintura mostra Judite, grande heroína bíblica, viúva da cidade de Betúlia, decapitando em sua tenda Holofernes, o general de Nabucodonosor, que sitiava a cidade.
