Governo do RJ vai cancelar contrato com OS e reassumir o Parque Lage
SILAS MARTÍ
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Devendo mais de R$ 6 milhões à Oca Lage, organização social responsável pela gestão do Parque Lage e da Casa França-Brasil, o governo do Rio de Janeiro vai rescindir o contrato com a instituição e retomar o controle do centro cultural e da escola de artes visuais, uma das mais tradicionais do Rio.
Uma reunião da secretária estadual de Cultura, Eva Doris Rosental, com o conselho da Oca Lage, presidida por Lisette Lagnado, foi realizada nesta semana. Em nota, a organização social diz que um grupo de trabalho será formado agora para conduzir os dois órgãos sob sua gestão de volta ao controle do Estado.
De acordo com a Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, o motivo da rescisão é econômico, não estando em discussão o projeto pedagógico implementado por Lagnado, que assumiu a direção da escola há dois anos.
Depois de receber só metade de seu orçamento de R$ 12 milhões do Estado no ano passado, o Parque Lage e a Casa França-Brasil vêm recorrendo a doações do setor privado e ao aluguel de suas dependências para fazer frente à crise - 30 funcionários foram demitidos em janeiro e a escola servirá de sede provisória a equipes do Reino Unido e da Finlândia durante a Olimpíada.
Em reação à crise que se agrava no Parque Lage, duas petições circulam na internet, uma a favor da gestão de Lagnado e outra contra, que afirma que a atual direção diminuiu o número de bolsas de estudo e levou a uma queda no número de alunos da escola.
Lançado em 5 de março, o primeiro abaixo-assinado tem pouco mais de mil apoiadores, entre eles nomes de peso do circuito institucional e do mercado de arte do país. A segunda petição, postada no dia seguinte por um ex-aluno do Parque Lage, tem quase 2.000 nomes contra a atual gestão.
