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Hit em canal pago, animação brasileira 'Irmão do Jorel' estreia 2ª temporada

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ANAHI MARTINHO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Inspirado em sua própria família e na infância dividida entre Rio e Espírito Santo, o ex-VJ, ator e quadrinista Juliano Enrico alimentava seu Fotolog no início dos anos 2000 com a HQ "Irmão do Jorel". Anos depois, a história cheia de humor ácido foi adaptada ao universo infantil e virou uma série de animação no canal por assinatura Cartoon Network.
Com pouco mais de um ano de grade, a animação ganhou o prêmio de melhor roteiro infanto-juvenil do festival Telas (Festival Internacional de Televisão) e já é um dos programas de maior repercussão do canal, voltado ao público de 7 a 11 anos -mas faz sucesso entre adultos também. Com exceção da "Turma da Mônica" e de "Vinícius e Tom", patrocinado pelo Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos 2016, "Irmão do Jorel" é o único desenho brasileiro do Cartoon.
A série versa sobre a vida do caçula de uma família de acumuladores, tentando se encontrar em meio a cacarecos dos anos 80 e dramas da pré-adolescência. Apesar da recusa em afirmar que o protagonista é um auto-retrato, Juliano tem um irmão chamado Jorel. O viés autobiográfico da série é, na verdade, uma maneira de "contar uma história que todo mundo se identifique", defende.
"Toda família é meio parecida. Eu quis transcender meu universo pessoal para contar histórias que poderiam ser de qualquer pessoa. Quando eu fazia a HQ tinha gente que dizia 'cara, minha avó é igualzinha à sua'", lembra o capixaba, enumerando suas referências: "aquelas fotos bregas de família, aquelas avós de Copacabana sempre com cigarro na boca, as festas de aniversário com decoração horrível, pogobol, novela mexicana, lambada... É uma conjunção de elementos da cultura pop latina".
O não-nome do personagem é só mais um mistério daqueles típicos das séries do canal, como os pais de "A Vaca e o Frango", que só têm pernas. Irmão do Jorel, um pré-adolescente em fase de construção da própria identidade, é chamado assim até pela melhor amiga e pela professora na sala de aula.
"Todo mundo um dia foi o irmão de alguém, o filho de alguém", explica. Entre os personagens há também Jorel, o outro irmão Nico, os pais, a professora, as duas avós -uma delas, por recomendação da emissora, teve o cigarro substituído por um pirulito- e os amigos Lara, Ana Catarina e Billy Doidão.
Os atores (não confundir com dubladores) também participaram da criação dos personagens, dando toques pessoais e improvisos que aos poucos constituíram as assinaturas de cada um. Lara (Melissa Garcia), por exemplo, é aquela criança de voz fanha, que parece estar sempre resfriada. Já a voz do Irmão do Jorel foi um achado: o ilustrador Andrei Duarte, que cria os cenários do desenho, ficava fazendo vozes engraçadas no estúdio. Acabou virando o protagonista da série.
A Folha acompanhou a gravação do 33º episódio, o sétimo da segunda temporada, batizado de "A Fantástica Fábrica de Refrigerantes". Paródia do clássico de Roald Dahl, o capítulo tem participação especial do ator Robson Nunes, que faz o afetado vilão Sr. Sprok, dono de uma fábrica de refrigerantes tão deslumbrante quanto suspeita.
No roteiro, o criador descreve Sprok como "um cruzamento de Michael Jackson, Gugu Liberato e 'O Ele' das 'Meninas Superpoderosas'". Ainda aparecem referências a Pink Floyd, Tim Burton, Dollynho, "Carrossel" e uma mistura de Steven Seagal com Sidney Magal, que é o Steve Magal. "As referências são clichês, coisas que estão no inconsciente coletivo", diz Enrico.
HUMOR UNIVERSAL
Desde abril, a série vai ao ar no Cartoon Network de toda a América Latina, com dublagem em espanhol. Mas se desfazer de referências fortemente brasileiras não é uma preocupação dos criadores. A diretora de conteúdo do Cartoon, Daniela Vieira, sustenta que a universalidade não é um briefing da emissora, mas sim um "plus". "Quanto mais universal e mais longeva a série, melhor".
As piadas não chegam no nível adulto de um "South Park" ou "Uma Família da Pesada", mas também não subestimam a inteligência das crianças, defende Vieira. "Claro que a série tem valores. Não procuramos educar nem deseducar a criança. O foco é o entretenimento".
"As crianças de hoje têm capacidade de cognição diferente do que tinham há dez anos atrás, porque estão expostas a outras referências. Mas os desejos de uma criança, os ímpetos de uma criança, o que é engraçado para uma criança, isso é universal", completa a diretora.
Com cuidado para as piadas não serem muito adultas e nem muito bobas, o jeito foi apelar para o humor nonsense, o "humor mais universal que existe", nas palavras de Juliano. "Fazemos algumas piadas que quando a criança ficar adulta, vai entender."

IRMÃO DO JOREL
Onde: Cartoon Nertwork (TV paga)
Estreias: Segundas, 20h45
Reprises: Quartas, 20h45 e Sábados, 13h45

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