Leia a última edição
--°C | Apucarana
Euro
--
Dólar
--

Entretenimento

publicidade
ENTRETENIMENTO

'Flip Portuguesa' tem forte sotaque e humor brasileiro

Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no WhatsApp Compartilhar no Telegram
Siga-nos Seguir no Google News
Grupos do WhatsApp

Receba notícias no seu Whatsapp Participe dos grupos do TNOnline

'Flip Portuguesa' tem forte sotaque e humor brasileiro
Autor IMAGEM - GOOGLE-www1.folha.uol.com.br - Foto: Reprodução

ELIANE TRINDADE, ENVIADA ESPECIAL
ÓBIDOS*, PORTUGAL (FOLHAPRESS) - A primeira edição do Folio, festival internacional de literatura realizado em Óbidos, em Portugal, para promover a expressão da cultura lusófona, tem forte sotaque, ginga e humor genuinamente brasileiros.
De estilos e gerações distintas, Luis Fernando Veríssimo, 79, e Gregório Duviver, 29, levaram às gargalhadas portugueses e turistas que lotaram as tendas e vielas da cidade medieval a 84 km de Lisboa.
Os brasileiros foram protagonsitas de algumas das mesas mais disputadas do festival que se encerra neste domingo (25). Na tarde de sexta-feira (23), Duvivier, colunista da Folha de S>Paulo, lançou o livro "Caviar É uma Ova", versão portuguesa e mais completa do livro de crônicas "Put Some Farofa" (Companhia das Letras).
Na terra de Camões, o jovem escritor e humorista brasileiro, que é também sucesso com o coletivo Porta dos Fundos, chega com moral de autor sério.
Fundadora da Tinta da China, editora que apostou no novo humor brasileiro, Barbara Bulhosa conta que a primeira edição do livro de Duviver será de 6 mil exemplares. "Ele tem mais público que um ficcionista, além de ser um sucesso entre os portugueses que já o conhecem da internet."
No lançamento, Duviver dividiu a mesa com o ensaísta Francico Bosco, filósofo que é filho do músico João Bosco. O papo começou com uma troca de gentileza entre os dois cariocas, que são vizinhos no Rio de Janeiro. "Da porta de fundos", brincou Bosco. Duvivier devolveu a graça: "Eu me sinto mais inteligente ao lado do Francisco".
Bosco fez uma preleção sobre o trabalho de Duviver como cronista, qualificado como "voz essencial contra o conservadorismo paranóico de direita que se prolifera no Brasil de hoje".
Na plateia da Tenda dos Autores, um atento Veríssimo acompanhou o bate-papo e foi reverenciado pelos colegas brasileiros.
"Escrevi livros que gostaria que fossem do Veríssimo, mas são meus. E ele ainda me deu a orelha desse aqui, senão eu seria um Van Gogh", brincou Duvivier.
Na tarde deste sábado (24), foi a vez de Veríssimo dividir uma das mesas do festival com o português Ricardo Araújo Pereira. Esgotaram-se rapidamente os ingressos para o encontro dos "dois maiores escritores de humor no mundo de língua portuguesa", segundo definiu a organização do evento.
Para o curador do Folio Literatura, José Eduardo Agualusa, o forte sotaque brasileiro da primeira edição foi proposital. "A maioria dos visitantes daqui são brasileiros e a maioria dos compradores de livros, também", explica o escritor angolano. "Então, quando me chamaram para fazer a curadoria do evento pensaram em alguém que tivesse esse trânsito entre Brasil e África.".
Na montagem das atrações literárias, Agualusa diz que procurou misturar nomes pops e outros desconhecidos. Cita um exemplo da mesa que reuniu o moçambicano Mia Couto, um escritor que é biólogo, e o brasileiro Sidarta Ribeiro, um neurocientista interessado em livros, para falar sobre ciência e literatura na quinta-feira (22). "As pessoas vieram ver o Mia, mas saíram fascinados com o Sidarta."
E o Brasil continuou na pauta com Ruy Castro, também colunista da Folha, e Nelson Motta numa conversa sobre o Rio de Janeiro, com o gancho dos 450 anos da Cidade Maravilhosa. "E olha que ele é mineiro e eu sou paulista", frisou Motta.
No domingo (25), a presença brasileira é de João Paulo Cuenca, que faz atualmente uma residência literária em Óbidos. Logo na chegada à cidade medieval, dominada ao alto pelo castelo e circundada por muralhas, os visitantes do Folio podem ser recepcionados por um grupo musical brasileiro batucando e cantando "É d'Oxum (composição do baiano Jerônimo e sucesso nas vozes de Gal Costa e Daniela Mercury).
O refrão "Eu vou navegar nas ondas do mar" embala o caminhar pela rua principal de pedras. O calçamento remete ao clima de Paraty, mas longe do litoral, no entanto, a "Flip portuguesa" lembra bem mais a topografia acidentada de uma Ouro Preto.
*A repórter viajou a Portugal convite da organização do festival

Gostou da matéria? Compartilhe!

Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no WhatsApp Compartilhar no Email

Últimas em Entretenimento

publicidade

Mais lidas no TNOnline

publicidade

Últimas do TNOnline