Gregorio Duvivier e Antonio Prata debatem sobre escrita e humor na Bienal do Rio
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CAROLINA BASTOS
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O destaque desta quarta-feira (9) na Bienal do Livro, no Rio, foi o debate com Gregorio Duvivier e Antonio Prata, sobre sociedade, política e criação literária. Os dois são colunistas da Folha de S.Paulo.
O encontro aconteceu no espaço Cubovoxes - Atitude Jovem, e aberto para conversação com o público. Os escritores foram rápidos no discurso inicial, com cerca de 15 minutos de duração, e falaram sobre o início da carreira como cronistas e suas inspirações, muitas das vezes vindas de situações do cotidiano.
Questionados se tinham como foco o público jovem, eles disseram escrever para as pessoas em geral, mesmo sabendo o apelo que possuem entre os adolescentes. Defenderam o respeito a opinião política, assim como a liberdade de expressão e consequente responsabilidade que se deve admitir pelo que foi dito.
Duvivier negou a pretensão de formar opiniões e ainda se posicionou em relação aos limites do humor. "Acho que o humor tem de ser responsável, mais do que ilimitado. Sou a favor da responsabilização do humorista", defendeu o ator.
Prata concordou. "A piada é uma coisa muito séria, mas concordo com o Gregorio. As coisas deveriam poder ser ditas", disse o escritor, que é um dos colaboradores da novela "A Regra do Jogo", da TV Globo.
Duvivier disse que gosta de ser "contra a multidão". "Nunca me passou pela cabeça ser formador de opinião. Mais do que formar opinião, seria formar interesses. Me incomoda ver pessoas pouco confusas. Acho saudável ser contra a multidão. A tarefa é ser contra a multidão enfurecida", disse, sobre aqueles que defendem temas como redução da maioridade penal e a manutenção da proibição do aborto no país.
O ator acredita que o humor tem que "ser responsável", "mais do que criminalizado".
"Acho que você tem o direito de falar o que você quiser. O direito legal. Ao mesmo tempo, você também tem o direito de processar alguém. Você tem que arcar com as consequências disso. Então, acho que o humor tem de ser responsável, mais do que ilimitado, mais do que criminalizado."
Prata brincou com a possibilidade de virar clássico após a morte: "Sou do time do Woody Allen, que não quer alcançar a imortalidade depois da morte, mas antes dela". "O Prata, para mim, já é um clássico", acrescentou Duvivier.
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