Disputa judicial tira documentário com Aretha Franklin do Festival de Toronto

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma disputa judicial entre a cantora Aretha Franklin, 73, e o produtor Alan Elliot levou ao cancelamento da exibição do documentário "Amazing Grace" no Festival de Toronto. Dirigido por Sidney Pollack (morto em 2008), o filme mostra cenas de um show da cantora em 1972.
"Nós estamos extremamente decepcionados que a audiência de Toronto não verá esse exemplar artístico extraordinário. As imagens do filme são um verdadeiro tesouro cinematográfico da música do século 20 e nós esperamos que a audiência global tenha a oportunidade de vê-lo após a resolução [da disputa legal]", declarou a organização do festival em um pronunciamento nesta terça-feira (8).
Antes de Toronto, o Festival de Telluride também já havia sido proibido de exibir "Amazing Grace". Na ocasião, um juiz de Denver cedeu à petição do advogado de Aretha, que argumentou a ilegalidade das imagens no filme de Sidney Pollack -o diretor teria se comprometido a usá-las somente para fins não comerciais. Após sua morte em 2008, as imagens foram adquiridas pelo produtor Alan Elliot junto a Warner Brothers.
"Permitir a exibição do filme viola os direitos contratuais da senhora Franklin, sua propriedade intelectual, seus direitos de uso e controle de seu nome, e representa uma invasão de sua privacidade", escreveu Jon D. Cantor na petição encaminhada ao juiz John Kane, informou a revista americana "Variety". O juiz entendeu que a exibição infligiria um dano imediato e irreparável a Aretha.
"Amazing Grace" registra os bastidores da gravação do álbum homônimo de Aretha Franklin em 1972, que detém o recorde de álbum gospel mais vendido de todos os tempos, de acordo com a revista "Rolling Stone".
O longa de 2014 "Northern Soul" -história de um adolescente da classe operária que se envolve com a cena musical do soul- substituirá duas das três sessões de "Amazing Grace" em Toronto. Ingressos para a terceira exibição poderão ser substituídos.