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Semana na TV tem '12 Anos de Escravidão' e 'Superman'

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INÁCIO ARAUJO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

SEGUNDA-FEIRA (10)
"Irene, a Teimosa" (1936, TC Cult, 14h35) é uma das mais belas lições de como fazer um filme social em época de crise econômica pesada, combatendo preconceitos e não esquecendo o humor.
Sim, porque este filme de Gregory La Cava é uma comédia em que a milionária Irene (Carole Lombard) decide contratar como garçom o homem que encontra numa favela de Nova York, Godfrey.
Aceitemos o fato de que o sem-teto é William Powell: isto também é Hollywood e justifica bem o fato de as duas irmãs (a outra é Gail Patrick) brigarem tanto.
O essencial, porém, é que esse filme vai colocar frente a frente, ou lado a lado, os ricos sempre mais ricos (e estamos na era da Depressão) e os pobres desprovidos de tudo.
Sim, claro, o mundo mudou de lá para cá, assim como o cinema. Mas "Irene", que é uma comédia clássica dos anos 1930, pode servir de guia e inspiração neste momento de tantas comédias frouxas.

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TERÇA-FEIRA (11)
Seria a comédia um gênero superior? Pode ser. A comédia libera ao surpreender com mais frequência do que, por exemplo, os filmes violentos.
Daí "Os Produtores" (2005, HBO, 14h15) me parecer mais estimável me do que, digamos, "Old Boy - Dias de Vingança" (2013, Telecine Premium, 23h45), embora este último seja assinado por Spike Lee, que já teve seus dias...
"Old Boy" traz para a América a história, originalmente de um filme coreano, do homem raptado e preso por 15 anos que, ao se libertar, quer ao mesmo tempo vingar-se de quem o prendeu e descobrir por que esteve preso. E sangue correrá.
Já "Os Produtores" trata de uma dupla disposta a montar "Primavera para Hitler", um musical nazista. A ideia é fracassar de imediato e lucrar um monte com o fracasso. O problema: a peça vira um sucesso, um cult. Inesperado para eles, e em certo sentido para nós: eis o que faz rir, num filme bem simpático.

QUARTA-FEIRA (12)
Nem sempre foi assim: houve um tempo em que o Oscar premiava de fato os filmes tidos como melhores do ano. Há nem tanto tempo assim é que surgiu o "gênero Oscar".
Ele é constituído essencialmente de produções muito sérias, pomposas, "artísticas". Os problemas sociais podem ser contemplados, desde que não sejam muito próximos. E aí já estamos em "12 Anos de Escravidão" (2013, TC Pipoca, 0h40), onde Steve McQueen troca o suposto experimentalismo de seu trabalho anterior pelo academicismo premiável.
Outro assunto de preferência do gênero é a arte. Saibam todos que o artista sofre, e como. Acompanhemos a batalha de Natalie Portman por uma vaga de primeira bailarina: já não existe o mundo passado, dos talentos descobertos por acaso, por sorte.
O Oscar é um gênero bem neoliberal: a (maior) produtividade está não raro no seu centro. Desde então, todos são de certa forma escravos.

QUINTA-FEIRA (13)
Há os que mentem. Há os que se disfarçam. "Pinóquio" (1940, TC Fun, 20h20) está na primeira categoria. Mas o filme não mente. Talvez Geppetto e seu boneco de madeira não tivessem tanta fama se o conto de Carlo Collodi não tivesse caído nas hábeis mãos de Walt Disney.
É bom para notar como as enormes conquistas da animação contemporânea serviram para recoloca-la ali onde os grandes artesãos dos anos 1930 a 1950 a puseram.
É um bom exemplo, também, para sabermos que europeus e americanos não restauram filmes só porque gostam de arte. É um negócio. Um negócio importante (a gente marca touca, como de costume).
Entre os que se disfarçam, claro que "Zodíaco" (2007, HBO2, 16h) merece toda a atenção. Tanto pelo criminoso, pela busca, como pelo belo filme. Há, ainda, o argentino "O Médico Alemão" (2013, TC Cult, 0h25), em torno do nazista Joseph Mengele, outro bom de desaparecer.

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SEXTA-FEIRA (14)
David Fincher gosta de personagens escorregadios. Foi assim em "Zodíaco", foi assim em "Millenium". Não é tão diferente em "Garota Exemplar" (2014, TC Premium, 0h).
Aqui, no entanto, existe uma pergunta adicional, além daquela acerca do paradeiro de Amy Dunne. Essa questão versa sobre o quanto a imagem que uma pessoa cria de si mesmo, ou que criam dela, pode afetá-la (e, no caso, aos outros).
Sim, porque quando essa garota que o título bem define como exemplar desaparece, a culpa recai sobre o marido, cada vez mais suspeito de ter dado um fim na moça.
Esse pode ser um bom programa, mas convém lembrar que o dia traz opções consideráveis, como "Superman 2" (1980, HBO Plus, 12h10), de Richard Lester, ou "O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas" (2003, Cinemax, 20h30), de Jonathan Mostow.

SÁBADO (15)
Se alguém fizer um levantamento dos filmes significativos, sejam novos ou antigos, que nunca chegam à TV paga (ou não), vai ter um susto: o número infame de repetições por filme vai parecer um problema menor.
Há exceções, como a TV Brasil (que na semana passada apresentou um interessante ciclo de filmes africanos), como já foi a TV Cultura. E como é, de maneira até mais duradoura, o canal Futura.
Para hoje ele programou "O Bruto" (22h), de Luís Buñuel. Filme de 1953, portanto da fase mexicana do cineasta. O bruto em questão é o rapaz que trabalha para desalojar as pessoas de terras que um poderoso deseja comprar.
O conflito não ficará por aí: há uma trama que faz o melodrama social encontrar o drama romântico. Mas, essencialmente, o Buñuel mexicano que se vê aqui é um libertário. Um libertário genial, bem entendido.

DOMINGO (16)
O que o Telecine Cult propõe é uma verdadeira imersão em Alfred Hitchcock. Por ordem de entrada, teremos: "O Terceiro Tiro" (1955, 16h15), "Ladrão de Casaca" (1955, 18h10), "Festim Diabólico" (1948, 20h20) e "Um Corpo que Cai" (1958, 22h).
São filmes que têm sido mostrados com razoável frequência (hábito da TV paga). A particularidade da programação é que trazem um bom equilíbrio entre os vários registros em que o mestre inglês trabalhou, sempre com rara ousadia.
Ele é mais experimental em "Festim Diabólico" (a ideia é fazer um filme em um só plano), mais distendido em "Ladrão de Casaca" (talvez algo em Grace Kelly o distendesse...), trabalha o humor negro em "O Terceiro Tiro" e praticamente priva-se de humor em "Um Corpo que Cai". Faltou "Psicose"? Talvez. Mas cada filme de Hitch é único e sempre novo: movendo-se num só gênero, sua variedade é, cada vez mais, espantosa.

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