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Com 'declínio do axé', festival em Salvador destacou cena alternativa

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NATÁLIA ALBERTONI, ENVIADA ESPECIAL
SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) - O festival Radioca, em Salvador, terminou sua primeira edição já com planos de crescer e se tornar anual.
Realizado entre sábado (1) e domingo (2), no Trapiche Barnabé, no Comércio, o evento derivado do programa homônimo da Rádio Educadora FM teve oito shows.
Assim como sua grade, destacou nomes da cena nacional, como Cidadão Instigado e Anelis Assumpção. E, mesmo com chuva, em um espaço aberto, vendeu os 2.000 ingressos disponíveis (R$ 30 cada um) no segundo dia -deixando gente na rua, sem entradas.
A série de shows trouxe atrações com discos novos, como Siba ("De Baile Solto"), além de grupos que estão despontando na cena local, como Ifá Afrobeat.
Participações também foram destaque. Russo Passapusso, do Baiana System, banda do momento em Salvador, subiu ao palco no show de Anelis. Já Moreno Veloso entrou na apresentação do Mulheres Q Dizem Sim. Em uma de suas raras aparições, a banda carioca comemorou os 20 anos do lançamento do seu único disco, que leva seu nome.
Fora a chuva e a comida (no food truck ela acabou no primeiro dia), o festival, que recebeu patrocínio do Edital Natura Musical Bahia, não teve problemas de estrutura.
Os shows começaram pontualmente em alto e bom som -poucas vezes tiveram vocais abafados. Nos intervalos, a discotecagem mantinha o ritmo. Pegar ficha no caixa era fácil e o banheiro, reformado e limpo, poucas vezes apresentava fila.
No Mercadilho, feira de expositores locais que vendiam produtos como sapatos artesanais e colares, problemas de pagamento eram resolvidos na camaradagem. Se o aplicativo de débito não funcionava, uma barraca vizinha emprestava sua máquina.
REINADO EM DECLÍNIO
Para um dos idealizadores, Luciano Matos, o sucesso do evento se deve, entre outros, ao declínio do reinado do axé. "Esse cenário sempre existiu, mas era ofuscado pela indústria do axé, que está em crise". Ao lado de Ronei Jorge e Robertinho Barreto, Matos assina a curadoria do festival, além de apresentar o programa "Radioca", criado em 2008.
Ao contrário de festivais como o Lollapalooza, que costumam encher à noite, quando tocam as principais atrações, o Radioca teve público considerável desde o primeiro show, às 17h, do Pirombeira. O nome mais desconhecido do line-up apresentou uma mistura dançante de rock e jazz com baião, frevo, chula e outros ritmos regionais.
Na sequência, às 18h, o Ifá Afrobeat mostrou seu instrumental que se assemelha ao do Bixiga 70. Com uma mescla de afrobeat, dub e reggae, além de elementos rítmicos de blocos afro e afoxés da Bahia, o grupo local embalou alguns fãs.
E, ainda que houvesse grande expectativa para a apresentação da banda cearense Cidadão Instigado, que encerrou a primeira noite, foram os gaúchos do Apanhador Só que reuniram o maior número de admiradores no sábado. Teve gente debruçada na grade, olhares de encantamento e gritinhos para músicas como "Vitta, Ian, Cassales", dancinhas sedutoras e pedidos de bis: "Maria Augusta"! "Despirocar"! (Ganhou "Maria Augusta".)
CHOVE CHUVA
No domingo (2), o público fazia fila na porta do local munido de capas de plástico e sombrinhas pontudas. Dessa vez, uma chuva fina começou quase simultaneamente à primeira apresentação, que ficou por conta do grupo O Quadro, de Ilhéus. A banda de hip-hop empolgou com letras de protesto e uma batida malemolente que se aproxima do ijexá, do afroeat e do reggae.
Depois, a banda carioca Mulheres Q Dizem Sim, formada apenas por homens de saia, celebrou os 20 anos do lançamento do seu único disco, homônimo. Com a banda há tempos fora do circuito, foi uma rara oportunidade de ver Palito (voz e baixo), Mauricio Pacheco (voz e guitarra), Pedro Sá (voz e guitarra) e Marcelo Callado (voz e bateria) -que substituiu Domenico Lancellotti.
De pés descalços, Anelis Assumpção, filha de Itamar Assumpção, entoou músicas do disco "Anelis Assumpção e os Amigos Imaginários" e trouxe letras reflexivas embaladas por bases de reggae e dub. Russo Passapusso, do Baiana System, dividiu o palco com a cantora.
Para encerrar, em clima de carnaval, Siba lançou mão do repertório do seu álbum novo, "De Baile Solto". E a chuva, que vinha e voltava, dessa vez caiu sem dó. Alguns vestiram capas, outros pularam de um lado para o outro seguindo uma aula de dança improvisada de Mestre Nico, parceiro do pernambucano. Teve gente que ficou do lado de fora e pediu à produção que entrasse no lugar de quem saiu depois de Anelis. Mas não deu. Ficará para a próxima.
A jornalista NATÁLIA ALBERTONI viajou a convite do festival.

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