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Não existe "literatura de imigrante", diz escritor bósnio radicado na Alemanha

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JULIANA GRAGNANI, ENVIADA ESPECIAL
PARATY, RJ (FOLHAPRESS) - O escritor bósnio Sasa Stanisic está cansado dos rótulos que classificam sua obra como "literatura de imigrante". Para Saa (pronuncia-se 'sasha'), 37, o lugar de origem de um escritor não está relacionado a escolhas estéticas ou ao estilo literário.
Uma vila fictícia na Alemanha é o ponto de partida para "Antes da Festa" (ed. Foz, R$ 42,90, 328 págs.), romance lançado agora no Brasil. O país europeu foi destino de Sasa e sua família quando o escritor tinha 14 anos. A guerra da Bósnia (1992-1995) deixou 3.000 mortos em sua cidade de origem, onde havia um conflito entre sérvios, etnia de seu pai, e bósnios, de sua mãe.
"Meu pai falou que eu deveria levar objetos dos quais gostava muito, objetos que precisava e mais dois livros", conta. "Levei cinco - escondi três", diz, lembrando os dois dias que teve para fazer as malas e partir para o exílio.
O autor alterna narradores e pontos de vista em sua nova obra - um capítulo, por exemplo, tem cenas descritas por uma raposa - e descreve um dia numa vila que está desaparecendo.
A ideia para o romance surgiu em uma viagem a uma aldeia chamada Oskorusa, na Bósnia, lar de apenas 13 pessoas - todas relacionadas à sua família, diz o autor. Mas escrever uma história com seu país de origem como pano de fundo lhe pareceu muito pessoal, então ele recorreu a uma pequena cidade no norte da Alemanha, que lhe serviu como inspiração.
Apesar de rechaçar a "literatura de imigrante", Sasa admite que seu primeiro romance, "Como o Soldado Conserta o Gramofone" (Record, 2009) tem inspiração autobiográfica. A obra trata, justamente, de um rapaz que foge da guerra da Bósnia quando criança.
Com uma franja à la Gael García Bernal, Sasa é candidato a muso da Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip, onde participa de um debate nesta quinta (2) com o escritor argentino Diego Vecchio (mesa para a qual ainda há ingressos disponíveis).
Ele diz que planeja uma expedição à periferia de Paraty para conhecer de fato a cidade. "Passeei hoje pelo centro, mas tudo me pareceu muito 'protegido'", afirma o bósnio, que considera festivais de literatura "workshops de aprendizado" para os autores. "A literatura é viva e se move entre os escritores e os leitores", diz. "Isso fica evidente nas festas literárias."

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