'Fui chamado em cima da hora, mas a gente se vira', diz Nando Reis na Virada

FERNANDA ATHAS E RAQUEL COZER
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Com um público que parecia estar participando de um concurso de beijos, ao som de hits como "A Letra A" e "All Star", Nando Reis fez neste domingo (21), no palco Julio Prestes, um show animado, mas pontuado por desabafos.
Abriu a apresentação com um "até que enfim me chamaram pra Virada", engatando os sucessos "Sou Dela" e "O Mundo É Bom Sebastião". Algumas músicas depois voltou ao tema do convite para o evento, com mais ênfase.
"Eu achava estranho nunca ter sido chamado pra Virada. Eu sou de São Paulo! Me chamaram tão em cima da hora que ontem eu estava em São José dos Campos. Mas a gente dá o máximo de si, como todo mundo, a gente se vira."
Seja como for, a primeira participação do ex-titã levou várias pessoas para a Virada pela primeira vez, como a professora Viviane Braga, 40, que elogiou a limpeza e a segurança do evento, e o atendente Júnior Contadini, 37, que não pretendia ficar para nenhum outro show.
O show também inspirou uma profusão de beijos apaixonados, de casais que nem se abalaram com os protestos do cantor.
Após mais uma sequência de hits, que incluiu "Luz dos Olhos" e "Cegos do Castelo", Nando Reis encaixou na música "Por Onde Andei" um relato sobre um assalto do qual foi vítima em 2007.
Contou que estava com a namorada quando dois bandidos roubaram seu carro e um deles fez que ia atirar na cabeça dele, mas não atirou.
"Pensei: 'Sou pai de cinco filhos e vou morrer na frente de um idiota. Devia ter atirado, aquele filho da puta, covarde, detesto gente que toca o terror. A gente tá tão fodido, só tem impunidade, qualquer um rouba pra caralho e não vai preso. Não admito. Ameaça é a pior coisa que existe", desabafou, recebendo uma salva de palmas.
Nando Reis manteve o público entusiasmado durante toda a apresentação. No bis, pouco antes de fechar com "Do Seu Lado", ainda fez um último protesto: "Foda-se o pessoal que acha que com grana se compra tudo".