Festival de Cannes reforça segurança após ataques terroristas na França

RODRIGO SALEM
CANNES, FRANÇA (FOLHAPRESS) - Quatro meses depois dos ataques à redação da revista satírica "Charlie Hebdo", em Paris, a França ainda continua em alerta máximo. E o reflexo disso é o aumento visível na segurança em torno do 68º Festival de Cannes, que começa nesta quarta-feira (13) e vai até domingo (24), na Riviera francesa.
Durante os doze dias de evento, cerca de 400 agentes da polícia federal francesa descerão para o litoral para ajudar a guarda municipal de Cannes. O mesmo número de seguranças particulares foi contratado pela organização.
Além disso, a prefeitura aumentou a vigilância na cidade com 465 câmeras instaladas, tornando a cidade, de longe, a mais monitorada da França, com uma câmera para cada 156 residentes - apesar de 210 mil pessoas passarem pela Riviera no período, o triplo da população local.
"Desde os ataques de janeiro que estamos no nível mais alto de segurança em eventos públicos", disse à revista "The Hollywood Reporter" Jean-Charles Brisard, um dos membros do Centro de Análise de Terrorismo da França, citando que não há ameaças específicas contra o festival. "Há alvos potenciais, então a segurança será maior que qualquer outro evento neste ano."
Antes mesmo da abertura oficial, a segurança reforçada já era mais visível. Os jornalistas com acesso ao Palais des Festivals tinham as credenciais checadas duas vezes, as bolsas - que eram revistadas em anos anteriores - passaram por inspeções mais minuciosas e cada entrada possuía um funcionário com detector de metais. A operação deve aumentar ainda mais as enormes filas de acesso ao local.
Guardas motorizados eram vistos a quilômetros do quartel-general do evento, mesmo sem nenhuma estrela ainda desfilando no tapete vermelho. Eles receberão atualizações diárias dos chefes de segurança dos hotéis de Cannes sobre o esquema de saída e entrada dos atores e diretores mais famosos.