Pesquisadores dizem acreditar que restos mortais são de Cervantes
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em entrevista coletiva realizada na manhã desta terça (17) em Madri, os pesquisadores responsáveis pela análise dos supostos restos mortais de Miguel de Cervantes dizem ser possível considerar que a ossada encontrada é de fato do escritor espanhol.
Antropólogos, historiadores e pesquisadores forenses divulgaram o resultado dos trabalhos de campo que vêm desenvolvendo desde que um caixão com as iniciais de Miguel de Cervantes (1547-1616) foi descoberto em janeiro.
Nesta manhã a equipe envolvida nas buscas afirmou ter chegado a um limite possível de investigação. "Diante de toda a informação de caráter histórico, arqueológico e antropológico gerada no caso, é possível afirmar que, entre os fragmentos de ossos encontrados no subsolo da cripta do convento das Trinitárias, alguns pertencem a Miguel de Cervantes", declarou o antropólogo Forense Francisco Etxeberría.
"É algo mais do que uma hipótese o que encontramos", disse Etxeberría, segundo o jornal espanhol "ABC". Os investigadores ainda tentarão realizar um exame de DNA com o material encontrado, embora ponderem que o resultado pode não ser satisfatório devido ao estado de decomposição dos restos mortais.
Lesões historicamente conhecidas de Cervantes ajudaram os pesquisadores a identificar os ossos encontrados. Entre elas, uma atrofia na mão e os vestígios de chumbo encontrados entre os restos mortais, resultado do impacto de um tiro sofrido por Cervantes, em 1571, quando participou da batalha naval de Lepanto.
De acordo fontes ouvidas pelo jornal "El Mundo", a cripta das Trinitárias não foi o local onde o escritor foi enterrado em 1616, mas para onde seus restos mortais foram levados após 1673, quando começaram as construções do convento, localizado no bairro madrilenho de Las Letras.
Entre as surpresas da investigação divulgadas hoje, estão as diferentes camadas de sepultamento encontradas na cripta. A primeira delas data do século 18, onde estavam enterrados um pequeno número de pessoas -todas adultas.
Na segunda, datada com base em restos têxteis como sendo da segunda metade do século 18 e a primeira do século 19, havia uma grande quantidade de corpos infantis, de diferentes classes sociais. Metade tinha menos de um ano quando morreu.
Sob essas duas camadas estavam os sepultamentos mais antigos da cripta -entre eles, o caixão gravado com as iniciais "M.C.".
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