Ben Frost mostra turbilhão sonoro que faz tremer sala de show
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DANILA MOURA
RIO DE JANEIRO, RJ - Considerado uma das atrações mais aguardadas do festival carioca Novas Frequências, o australiano Ben Frost fez uma apresentação para lá de perturbadora no último sábado (6).
Munido de uma guitarra e um arsenal de pedais sonoros, ele conseguiu traduzir as duras visões que teve no Congo, local que foi cenário principal da Guerra Mundial Africana e inspirou a criação do elogiado disco AURORA (Mute, 2014).
A viagem foi para a criação de uma instalação de arte ao lado do fotógrafo de guerra Richard Mosse, exibida na Bienal de Arte de Veneza e vencedora do respeitado prêmio Prêmio Fotografia Deutsche Börse.
Seguindo um ritmo que parecia a trilha de uma batalha de EDM feita com synths rasgados, Ben Frost reforça sua alta capacidade de conseguir embalar o público em sua teatralidade sonora. A faixa "Venter", a mais "ambiente", parecia abrir o terreno de sensações perturbadoras que seguiram por volta de 40 minutos no espaço Oi Futuro.
No auge, canções como "Secant" e "Diphenyl Oxalate" davam uma sensação de angústia, apesar da bela sonoridade com percussão primorosa. Mas nada se compara ao que se seguiu depois de "Rare Detay", uma enxurrada de graves e distorções no melhor estilo noise provocaram um turbilhão de sonoridades assustadoras, que fizeram o teatro tremer das cadeiras ao teto. Deu medo.
Encerrada a performance, deu para entender por que Ben Frost também se tornou exímio criador de trilhas para filmes e até óperas. O músico sabe muito bem como levar o público para dentro das narrativas musicais que ele cria. E conseguiu fazer sentir um pouco da dor que presenciou na África devastada por anos de guerras.
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