Arquiteto das grifes, Peter Marino abre exposição em Miami

MIAMI, EUA - Um homem vestido todo de couro, com acessórios metálicos nos punhos, nas mãos e pendurados no pescoço, é o centro das atenções no Bass Museum of Art, em Miami.

Famoso por desenhar casas e ateliês de celebridades, entre elas Andy Warhol, e lojas de grifes como Chanel, Dior e Louis Vuitton, Peter Marino é um dos mais excêntricos personagens a abrir uma exposição na semana em que o mundo da arte se concentra no balneário norte-americano em torno da feira Art Basel Miami Beach.

Mas a mostra no Bass, um dos museus mais tradicionais de Miami, não exibe só perspectivas de sua carreira arquitetônica. Reúne cerca de 140 obras de sua coleção pessoal de arte, com peças de artistas como Warhol, Damien Hirst, Richard Serra, Richard Prince e do brasileiro Vik Muniz.

Na avalanche de eventos bizarros que tomam essa semana em Miami, a mostra de Marino se aproxima mais do qualquer outra do culto à imagem, no caso, sua autoimagem.

"Eu me considero um objeto de arte. Tudo que eu visto e tudo que eu uso sou eu mesmo quem faz", explicava Marino, seu corpo mal cabendo na armadura de couro justíssima. "Essa mostra é uma junção de arte, moda e arquitetura."

Moda, aliás, está no centro das atenções na mostra. "Poucos arquitetos podem se gabar de ter o alfabeto inteiro como lista de clientes", dizia Marino a jornalistas. "A de Armani, B de Bulgari, C de Chanel e daí em diante."

Uma das salas tem retratos do arquiteto feitos por diferentes fotógrafos, sempre com suas roupas de couro.
Há ainda obras raras de Serra, Warhol, Prince, Anselm Kiefer, Keith Haring, Georg Baselitz e do fotógrafo Robert Mapplethorpe, famoso por suas imagens de alta voltagem homoerótica.

O jornalista viajou a convite do Miami Design District