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Favorito, Ferreira Gullar é eleito para a Academia Brasileira de Letras

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LUIZA FRANCO
RIO DE JANEIRO, RJ - Confirmando um favoritismo anunciado, o poeta Ferreira Gullar, 84, colunista da Folha de S.Paulo, foi eleito na tarde desta quinta (9) para ocupar a cadeira 37 da Academia Brasileira de Letras (ABL).
Gullar teve 36 dos 37 votos - três cadeiras estão vagas. Um foi em branco. Questionados sobre a autoria desse voto, os acadêmicos desconversam. "A queima [dos votos, após o escrutínio] tem um significado simbólico. Desaparecem os vestígios. Queima-se justamente para ninguém saber quem votou em quem. É uma elegância. O Brasil está precisando de elegância", disse a escritora Nélida Piñon.
Estavam presentes 19 acadêmicos; outros 18 votaram por carta.
Em sua posse, Gullar deve ser recebido por Antonio Carlos Secchin, que liderou a campanha por sua eleição. Secchin deixou a sala onde aconteceu a cerimônia radiante. "Ele não precisava de ninguém para alavancá-lo, mas, como tenho prática da casa, tentei viabilizar certas coisas administrativas, dei sugestões a ele, falei com acadêmicos para articular a coleta de cartas caso alguém não estivesse presente", disse o acadêmico e amigo.
Após a eleição, haverá uma recepção para Gullar.
José Ribamar Ferreira adotou aos 18 anos o pseudônimo de Ferreira Gullar. Um ano mais tarde publicou seu primeiro livro, "Um Pouco Acima do Chão". Mudou-se para o Rio em 1951, onde participou da fase inicial do movimento concretista ao lado dos poetas Augusto de Campos (1931), Haroldo de Campos (1929-2003) e Décio Pignatari (1927-2012). Rompeu com o movimento em 1957 por considerá-lo excessivamente racional. Gullar defendia mais subjetividade, o que resultou na fundação do movimento neoconcreto, do qual faziam parte os artistas Amilcar de Castro (1920-2002), Aluísio Carvão (1920-2001), Franz Weissmann (1911-2005), Hélio Oiticica (1937-1980), Lygia Clark (1920-1988), Lygia Pape (1927-2004), Reynaldo Jardim (1926-2011) e Theon Spanudis (1915-1986).
A partir da década de 1960 a obra de Gullar passou a refletir seu engajamento político. Com o AI-5, Gullar foi preso e passou a viver no exílio a partir de 1971. É dessa época seu livro mais conhecido, "Poema Sujo" (1976).
A edição completa de seus poemas, "Toda Poesia", foi publicada em 1980. Gullar recebeu diversos prêmios ao longo da vida, entre eles o Prêmio Camões, em 2010.
Os acadêmicos aguardam com ansiedade o discurso de Gullar. Alberto Venancio, imortal e estudioso da história das eleições da Academia, diz que a cadeira 37 é conhecida por excelentes discursos de posse.

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