Homem que quebrou vaso de Ai Weiwei recebe liberdade condicional

SÃO PAULO, SP - Um homem que quebrou um vaso do artista chinês Ai Weiwei, exposto no museu Pérez, em Miami (EUA), foi condenado por delito contra a propriedade nesta quarta-feira (13), e ficará em liberdade condicional por 18 meses.
O artista dominicano Maximo Caminero, 51, jogou um dos vasos da obra de Weiwei no chão em fevereiro deste ano, no que ele chamou de um ato político. Segundo o "New York Times", apesar de ter sido declarado culpado, ele não terá que cumprir tempo de prisão (o artista chegou a ficar detido por dois dias).
Além dos 18 meses de condicional, Caminero deve também prestar 100 horas de serviços comunitários, ensinando pintura a crianças, e pagar uma multa de US$ 10 mil (R$ 22.673), referente ao valor do vaso quebrado.
"Eu estava errado", escreveu o dominicano em uma carta lida na corte de Miami. "Eu penso no que fiz todos os dias, e acho difícil viver com isso, porque ainda me persegue."
Segundo o promotor de justiça do caso, Caminero poderia ter sido condenado a até cinco anos de prisão por sua conduta, mas a decisão final respeitou um acordo feito com o museu, que ainda proíbe o dominicano de se aproximar do estabelecimento durante seu tempo de condicional.
A exposição "Ai Weiwei: According to What?" (de acordo com o que?) foi inaugurada no Pérez Museum dois meses antes do incidente, após ter sido organizada em Tóquio, no Japão. Posteriormente, ela foi transferida para o Museu do Brooklyn, em Nova York, onde se encerrou no domingo (10).
Na ocasião em que foi detido, Caminero disse ter se inspirado em uma das obras do artistas chinês, "Dropping a Han Dynasty Urn", na qual uma série de fotos em sequência retratam Weiwei atirando vasos milenares no chão.
O dominicano alegou que sua ação era em protesto a "exclusão praticada pelo museu Pérez a artistas de Miami". Em sua carta de desculpas, porém, reconheceu que a galeria exibia na época obras de artistas locais.