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Criador de "Lost" propõe interatividade

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LOS ANGELES, EUA, 6 de dezembro (Folhapress) - Há 15 anos, J.J. Abrams, enquanto aguardava seu voo no aeroporto de Los Angeles, notou um livro de Robert Ludlum ("A Identidade Bourne") no banco ao lado.

Curioso, o produtor e diretor, que ainda não imaginava que um dia revolucionaria a televisão com "Lost" e nem que assumiria duas das maiores sagas de ficção científica do cinema ("Star Trek" e "Star Wars"), pegou a obra e começou a folhear. Nas páginas, notas do ex-dono ao longo do texto original marcavam as margens.

A ideia de que dois estranhos estariam interligados por um livro marcou Abrams todos esses anos. Até que ele chamou Doug Dorst, professor de texto criativo da Universidade do Texas, para co-escrever "S.", uma ousada obra literária que, na era dos livros digitais, obriga o leitor a comprar a edição física, repleta de complementos como cartas, cartões-postais, fotos e recortes de jornais.

"Imaginamos como um livro físico desde o começo, porque nós dois amamos a experiência tátil", conta Dorst, que trabalhou dois anos com Abrams por meio de e-mails e telefonemas.

"Passamos muito tempo discutindo como os personagens se desenvolveriam. Depois, eu partia para escrever. À medida que terminava os rascunhos, eu enviava para J.J., que me retornava com mudanças e ideias."

O processo é compreensível. "S.", lançado nos EUA e Inglaterra no mês passado (ainda não há previsão para o Brasil) é uma espécie de episódio de "Lost" em livro e elevado à enésima potência.

A edição traz um livro chamado "Ship of Theseus", que teria sido escrito em 1949 por um misterioso autor chamado V.M. Straka e traduzido por um personagem ainda mais estranho, batizado de F. X. Caldeira, que poderia (ou não) ser o verdadeiro Straka.

O livro foi retirado da biblioteca (ele vem com carimbos e fita de marcação de seu lugar na estante) de uma universidade por dois alunos. Em anotações ao longo do texto, acompanhamos suas descobertas sobre o mistério em torno do autor como o surgimento de uma relação amorosa e de uma conspiração catedrática de fazer qualquer fã de quebra-cabeças salivar.

O leitor pode escolher como quer ler o livro, numa espécie de "interatividade analógica": acompanhando o texto principal de Straka, sobre um homem que acorda desmemoriado em uma estranha cidade. "Escrevi o primeiro capítulo e as anotações dos alunos para mostrar para os editores", conta Dorst.

Sua ousadia com Abrams foi considerada "um dos feitos mais surpreendentes da produção literária que já vi", pelo crítico Mark Lawson, do "Guardian".

No meio de tudo isso, há os complementos. Como cartões-postais enviados do Brasil por um dos personagens. A reprodução é perfeita, tanto no português quanto nas referências.

"Minha mulher passou um bom tempo no Brasil como estudante de intercâmbio, inclusive morando um ano em Pelotas [Rio Grande do Sul]. E meus avós são da Madeira, então cresci ouvindo muito português", revela Dorst.

S.

autores J.J. Abrams e Doug Dorst

editora Mulholland Books

quanto em média US$ 20, cerca de R$ 47 (472 págs.)

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