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Temor sobre ofensiva maior dos EUA após STF restringir Bolsonaro eleva taxas

A curva de juros mostrou alta em praticamente todos os vencimentos nesta sexta, 18, tendência que ganhou força ao longo do dia, à medida que investidores ampliaram temores a respeito de uma ofensiva mais intensa dos Estados Unidos contra o Brasil. O gatil

Arícia Martins (via Agência Estado)

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Escrito por Arícia Martins (via Agência Estado)
Publicado em 18.07.2025, 18:36:00 Editado em 18.07.2025, 18:47:08
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A curva de juros mostrou alta em praticamente todos os vencimentos nesta sexta, 18, tendência que ganhou força ao longo do dia, à medida que investidores ampliaram temores a respeito de uma ofensiva mais intensa dos Estados Unidos contra o Brasil. O gatilho para a piora foi a crise política instaurada pelo novo inquérito da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

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Encerrados os negócios, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) que vence em janeiro de 2026 ficou em 14,965%, vindo de 14,943% no ajuste de ontem. O DI de janeiro de 2027 passou de 14,339% no ajuste da véspera para 14,365%. O DI de janeiro de 2028 avançou de 13,687% no ajuste antecedente a 13,735%, e o contrato do primeiro mês de 2029 marcou 13,655%, ante 13,593% no ajuste de quinta.

Por volta das 13h30, as taxas chegaram a tocar as máximas intradia em vários vértices. O fôlego adicional ocorreu após a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) ter formado maioria para manter as medidas restritivas impostas a Bolsonaro pelo ministro Alexandre de Moraes.

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Nova investigação da PF contra Bolsonaro concluiu que ele estimulou iniciativas do governo dos EUA para impor sanções ao Brasil, em represália à ação da qual é réu no STF. O ex-presidente está usando tornozeleira eletrônica, proibido de acessar redes sociais e incomunicável com outros réus. O presidente dos EUA, Donald Trump, publicou ontem uma carta em sua rede Truth Social endereçada ao ex-presidente, na qual voltou a afirmar que o político recebe "tratamento injusto" por aqui e a pedir que o STF encerre o julgamento do ex-líder.

Paulo Henrique Oliveira, estrategista de renda fixa da Daycoval Corretora, destaca que, a despeito do ambiente de maior cautela, os vencimentos mais curtos da curva praticamente não se moveram nesta sexta. A estabilidade evidencia que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) foi bem-sucedido na tarefa de ancorar as expectativas sobre a Selic, uma vez que o mercado segue precificando que a taxa permanecerá em 15% até ao menos o primeiro trimestre de 2026, diz Oliveira.

O estrategista aponta dois vetores de pressão sobre os juros futuros no pregão desta sexta: a falta de consenso sobre uma candidatura de direita ao pleito presidencial de 2026, o que aumentaria as chances de reeleição do presidente Lula e, consequentemente, de continuidade de uma política fiscal pró-gastos, e, também, a maior tensão comercial com os EUA, reforçada após os acontecimentos de hoje. "Depois do que houve com Bolsonaro, o receio é que Trump dobre a aposta e eleve ainda mais as tarifas contra o Brasil".

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As eleições ainda estão longe, mas parece que quanto mais a disputa se aproxima, há menos consenso sobre qual será o candidato de oposição à Lula, diz Oliveira, acrescentando que as reações ao episódio de Bolsonaro sinalizaram que a direita está muito dividida.

No balanço da semana, também houve elevação das taxas futuras, com ganho de inclinação da curva, destaca a equipe econômica do Santander. A ascensão, segundo os economistas, teve como influência a alta nos juros dos títulos americanos e, do lado interno, desdobramentos que aumentaram a percepção de risco sobre o quadro fiscal. "Além disso, a incerteza em torno das tarifas anunciadas pelos EUA contra o Brasil, somada ao risco de retaliação e falta de clareza na resposta do governo, ainda sustenta prêmios elevados em todos os vértices", comenta o banco.

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