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Setor de construção sente o peso do juro alto e reduz expectativas de crescimento

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O juro alto já está pesando no setor de construção civil, levando representantes empresariais a revisar para baixo a sua projeção de crescimento no ano. A Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) acaba de reduzir a previsão de alta nas vendas do setor neste ano de 2,8% para 1,8%. No mês passado, o Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) e a Fundação Getulio Vargas (FGV) reduziram a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da Construção no ano de 3% para 2,2%.

A deterioração das expectativas se deve à manutenção dos juros básicos da economia brasileira em um patamar elevado por um prazo muito longo e sem sinais de que haverá cortes ainda neste ano. A isso, se soma o aumento das incertezas sobre os rumos da economia brasileira, que também vêm desacelerando de forma geral.

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Nos últimos meses, veio uma tendência de desaceleração. Estamos vendo um ambiente econômico mais incerto. Então refizemos os cálculos e achamos melhor ser mais conservadores", afirmou o presidente da Abramat, Paulo Engler. Ele contou ainda que a piora no consumo de materiais foi percebida em todos os segmento: varejo, incorporação imobiliária e infraestrutura, embora tenha sido o varejo o principal detrator dos resultados.

Engler disse que o juro alto está prejudicando o consumo das famílias, que dependem de financiamento para compra de materiais de construção. "A manutenção da Selic em 15%, sem perspectiva de queda neste ano, gera incertezas se as famílias vão investir na reforma da casa", apontou. Mesmo com níveis crescentes de emprego e renda, a população diminuiu a compra de materiais. "Não estamos vendo o giro nas compra de materiais como deveria estar acontecendo".

A coordenadora de estudos da construção da FGV, Ana Maria Castelo, também observou a perda de fôlego das famílias. "O consumo de materiais para obras e reformas começou o ano forte, mas está passando por uma inflexão nos últimos meses", disse Castelo.

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Outro indicativo de baixa nas atividades apontado por Castelo foi a redução no ritmo de contratação pelas construtoras, a despeito do volume elevado de novos projetos anunciados nos meses anteriores. "O mercado de trabalho está desacelerando. O que está por trás disso pode ser a decisão do empresário em adiar o início das obras", observou. Um grande problema para o setor tem sido o juro alto para o financiamento da produção.

O financiamento com recursos da caderneta de poupança para a construção de imóveis no País caiu 54% entre o primeiro semestre de 2024 e o mesmo intervalo de 2025, ficando em R$ 9,1 bilhões, de acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). O quadro mostra que as empresas estão enfrentando dificuldades crescentes para conseguir financiamento bancário para realizar as obras.

"A taxa de juro está impactando muito o dia a dia das empresas", apontou o presidente da consultoria Brain, Fábio Tadeu Araújo, que realizou uma pesquisa sobre o tema. Para 52% das empresas que participaram do levantamento, tomar crédito neste ano está 'mais difícil', enquanto 34% alegaram estar 'muito mais difícil'.

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O recuo das previsões de crescimento do PIB da construção também reflete o desaquecimento da economia brasileira como um todo. Após uma alta de 1,3% no primeiro trimestre, o PIB brasileiro desacelerou para 0,4% no segundo trimestre de 2025, em relação ao primeiro, impactado principalmente pela elevação da taxa Selic, de acordo com os dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já o PIB da construção civil no segundo trimestre de 2025 teve queda de 0,2%.

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