O governo federal prevê investir 18,8% mais nas estatais federais em 2026, na comparação com 2025. Conforme apresentado no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) do próximo ano, entregue na última sexta, 29, serão gastos R$ 197,9 bilhões, ante R$ 166,6 bilhões estipulados para o ano corrente.
Do total estimado para 2026, R$ 88,5 bilhões referem-se a investimentos do Novo PAC. Divididos por setor de atuação das estatais, R$ 186,2 bilhões referem-se ao setor produtivo e R$ 11,6 bilhões às empresas do setor financeiro.
A Petrobras é a empresa com maior valor (R$ 174 bilhões considerando Petrobras, Transpetro e Petrobras Internacional), seguida do Banco do Brasil (R$ 7,2 bilhões), Caixa Econômica Federal (R$ 3,6 bilhões) e Emgepron (R$ 2,9 bilhões).
Nos Correios, o investimento previsto é de R$ 1,6 bilhão, distribuído entre manutenção da infraestrutura; manutenção e adequação de bens móveis, veículos, máquinas e equipamentos; e manutenção e adequação de ativos de informática, informação e teleprocessamento.
A empresa vem registrando déficits sucessivos nos últimos anos. Em 2024, o rombo dos Correios totalizou R$ 2,6 bilhões, quatro vezes maior que o prejuízo de R$ 633 milhões de 2023. A estatal atribui parte dessa perda à queda nas receitas de encomendas internacionais, afetadas pela chamada "taxa das blusinhas", e ao aumento de despesas como o pagamento dos precatórios.
Em entrevista à Band nesse domingo, 31, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu os prejuízos dos Correios como o caso mais delicado dentro do conjunto de estatais. "Os Correios têm um problema estrutural que é o enorme subsídio daquilo que ficou para ele. Porque quem concorre com os Correios não tem obrigação de entregar carta, ele só faz aquilo que compensa", explicou.
Em uma tentativa de contornar a crise, a empresa se comprometeu com a equipe econômica a economizar R$ 1,5 bilhão ainda em 2025. Uma das apostas para entregar o corte de gastos é o Plano de Desligamento Voluntário, com o qual a empresa prevê economizar R$ 1 bilhão ao ano.
Outra expectativa interna é obter um financiamento de R$ 3,8 bilhões do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como Banco do Brics e presidido pela ex-presidente Dilma Rousseff.
No ano passado, as estatais federais registraram faturamento recorde de R$ 1,3 trilhão, com R$ 6,7 trilhões em ativos, incrementos anuais de 4,9% e 10,9%, respectivamente. O lucro líquido caiu 41%, somando R$ 116,6 bilhões, queda puxada pela redução nos lucros da Petrobras. Sem a petroleira, o lucro cresceu 9,4% em comparação a 2023, chegando a R$ 79,6 bilhões.
Servidores e concursos
A proposta orçamentária de 2025 ainda prevê expansão das despesas primárias com pessoal, que deverão passar de R$ 315 bilhões para R$ 350,4 bilhões, incluindo servidores civis e militares.
Segundo o governo, o crescimento da folha reflete os reajustes e reestruturações acordados com as categorias do funcionalismo federal e os concursos e novas contratações projetados para o ano de 2026.
A peça também reserva R$ 1,5 bilhão em despesas primárias para concursos e novas contratações no Poder Executivo federal e R$ 1,8 bilhão para concursos e contratações na área de educação, inclusive para os novos Institutos Federais, totalizando R$ 3,3 bilhões para as seleções no Executivo Federal. Estão previstos 42.892 provimentos de vagas.
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