Os rendimentos de títulos ultralongos dos governos do Reino Unido, da Alemanha e da França atingiram máximas em vários anos nesta terça-feira, 2, à medida que investidores avaliam o impacto de crescentes níveis de dívida e instabilidade política.
O juro do Gilt britânico de 30 anos alcançou o patamar mais alto desde 1998 nas negociações da manhã, enquanto o do Bund alemão equivalente tocou máxima desde 2011 e o do OAT francês atingiu o maior nível desde 2009.
O aumento nos custos de empréstimos ocorre em meio a preocupações de que planos de ampliar gastos com defesa na Europa e com infraestrutura na Alemanha façam a dívida pública aumentar em um momento de fraqueza da economia regional. Diante desse quadro, investidores estão exigindo um prêmio mais alto para comprar títulos de longo prazo.
Ao mesmo tempo, a deterioração das finanças públicas da França vem causando fragmentação política. O primeiro-ministro François Bayrou provavelmente não sobreviverá a um voto de confiança, enquanto tenta implementar cortes orçamentários equivalentes a US$ 51 bilhões para conter um déficit fiscal que atingiu 5,8% do PIB no ano passado.
No Reino Unido, há preocupações adicionais sobre os altos níveis de inflação que podem impedir o Banco da Inglaterra (BoE) de cortar ainda mais sua taxa básica de juros para estimular uma economia fraca.
"Estamos vendo um círculo vicioso de lenta evolução: crescentes preocupações (fiscais) impulsionam os rendimentos, piorando a dinâmica da dívida, o que, por sua vez, impulsionam os rendimentos de novo", disseram analistas do Deutsche Bank Research, em nota a clientes.
A ministra de Finanças do Reino Unido, Rachel Reeves, poderá ter de elevar impostos ou cortar ainda mais os gastos, durante o outono britânico, na tentativa tampar um buraco nas finanças públicas.
Mudanças no gabinete do primeiro-ministro Keir Starmer, anunciadas na segunda-feira, 1º, até agora não aliviaram preocupações dos investidores sobre as finanças públicas do Reino Unido.
O aumento na emissão de títulos de governos da zona do euro, após o fim do período de verão, é outro fator que impulsiona os rendimentos dos títulos, ao passo que os juros dos títulos do Tesouro dos EUA, os Treasuries, também avançam em meio a temores sobre o elevado endividamento de Washington e os possíveis efeitos adversos da política tarifária do governo Trump. Fonte: Dow Jones Newswires.
Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
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