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Moody's: política tarifária dos EUA abre oportunidades para setores da América Latina

As recentes mudanças nas políticas comerciais dos Estados Unidos aumentam as vulnerabilidades já existentes na América Latina, ao mesmo tempo em que oferecem oportunidades estratégicas para determinados setores e emissores da região. A avaliação é da Mood

Ana Paula Machado (via Agência Estado)

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Escrito por Ana Paula Machado (via Agência Estado)
Publicado em 25.06.2025, 13:47:00 Editado em 25.06.2025, 13:55:57
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As recentes mudanças nas políticas comerciais dos Estados Unidos aumentam as vulnerabilidades já existentes na América Latina, ao mesmo tempo em que oferecem oportunidades estratégicas para determinados setores e emissores da região. A avaliação é da Moody's, em relatório publicado nesta quarta-feira, 25.

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Segundo a agência de classificação de risco, o agronegócio é um dos setores que devem ganhar com a guerra tarifária entre Estados Unidos e China. "As tarifas dos EUA criam novas oportunidades para o agronegócio latino-americano, especialmente com o aumento da demanda chinesa por carne bovina, suína e de aves", informou o relatório.

Já no setor de mineração e siderurgia da América Latina, a Moody's acredita que enfrentam riscos elevados diante de mudanças no comércio e no crescimento econômico global. "O minério de ferro e o carvão metalúrgico, usados na produção de aço, são particularmente vulneráveis, dada a forte dependência da demanda chinesa. As tarifas aumentam o risco de queda na demanda por metais básicos, como o cobre, pressionando os preços globais."

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Segundo o relatório, especialmente no Brasil, o redirecionamento dos fluxos comerciais pode elevar as importações de aço, intensificando a pressão sobre os preços domésticos e afetando a rentabilidade de empresas como CSN e Usiminas, enquanto a Gerdau se beneficia de sua produção nos Estados Unidos.

Em produtos químicos, papel e celulose, segundo a Moody's, os fabricantes latino-americanos enfrentam excesso de oferta, impulsionado pela expansão da capacidade produtiva da China.

"Os spreads petroquímicos permanecem fracos, com nova oferta de polietileno e polipropileno da China e dos EUA", diz a agência. "No setor de papel e celulose, Brasil e Chile estão expostos à volatilidade dos preços da matéria-prima. A China, que representa 40% da demanda global de celulose de fibra curta, continua sendo o principal destino das exportações latino-americanas. Empresas brasileiras como Suzano e Eldorado Brasil Celulose mantêm vantagem competitiva com custos de produção inferiores aos de concorrentes globais."

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Para a agência, os produtores latino-americanos de petróleo e gás também enfrentam riscos maiores em um mercado bem abastecido até meados de 2026. A queda dos preços e o aumento da produção global reduzem os ganhos do setor, informou a Moody's. "No Brasil, a Petrobras mantém baixos custos de extração e pode ajustar dividendos extraordinários para preservar a geração de caixa, mesmo diante de um programa de investimentos mais amplo."

Já os setores mais voltados ao mercado interno, como telecomunicações e companhias aéreas, são mais sensíveis às condições macroeconômicas locais do que às tarifas, de acordo com a agência.

"O sistema bancário da América Latina, com exceção do México, tem exposição direta limitada aos setores mais vulneráveis. No entanto, o aumento da inflação, das taxas de juros e a desaceleração econômica elevam os riscos para a qualidade dos ativos e a rentabilidade dos bancos", diz a agência. "No Brasil, os bancos mantêm negócios relativamente limitados com exportadores, o que reduz sua exposição direta."

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