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Instituto que acusou Azul e Gol de anteciparem fusão quer entrar como 3º interessado no Cade

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O Instituto de Pesquisas e Estudos da Sociedade e Consumo (IPS Consumo) pretende entrar como terceiro interessado no processo junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que avalia o acordo de codeshare (compartilhamento de voos) entre Azul e Gol. Em manifestação feita no fim de agosto, o IPS Consumo acusou as aéreas de terem assinado o acordo associativo "em antecipação à fusão anunciada".

"Vamos entrar como terceiro interessado e espero também poder arregimentar as autoridades públicas de defesa do consumidor", disse a presidente do instituto, Juliana Pereira da Silva, ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Segundo ela, a ideia é "fazer o papel de defesa dos consumidores do transporte aéreo" nesse caso. "A gente vai seguir analisando o que eles (conselheiros do Cade) vão fazer e nos oferecemos também para, como terceiro interessado, apontar principalmente aquilo que a gente entende que está deixando a desejar do ponto de vista do direito do consumidor. Tem várias questões que ficam cinzentas nesses momentos. E o consumidor médio brasileiro precisa ter clareza", argumentou.

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O instituto alega que tem havido redução de voos, exclusão de rotas, além de "fortes evidências" de aumento tarifário e de diminuição de incentivos para investir nas respectivas malhas.

É admitida pela autoridade antitruste a participação de terceiros interessados que sejam potencialmente impactados para obter uma análise mais detalhada dos casos.

No último 25 de agosto, o Procon-SP protocolou pedido de habilitação como terceiro interessado no processo Azul-Cade, que foi indeferido pelo conselheiro relator, Carlos Jacques. Ele justificou que o processo apenas analisa se o codeshare é de notificação obrigatória e afirmou que não havia, àquela altura, qualquer análise sobre potenciais efeitos anticoncorrenciais que possam advir da operação. Como agora o órgão poderá avançar nas investigações, pode ser que seja admitido o ingresso de terceiros interessados no Procedimento Administrativo para Apuração de Ato de Concentração Econômica (APAC).

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Exigência de notificação

Na semana passada, o tribunal do Cade determinou que Azul e Gol notifiquem, em 30 dias, o acordo de codeshare. As empresas ficam proibidas de expandir as rotas sob codeshare até o término da análise pelo Cade. Caso não ocorra a notificação no prazo estabelecido, o acordo deverá ser suspenso imediatamente, respeitando as passagens já emitidas ao consumidor final.

O acordo celebrado entre as aéreas, assinado em maio de 2024, não foi notificado ao órgão de defesa da concorrência.

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Carlos Jacques, relator do caso, concluiu que as empresas não estão sujeitas ao pagamento de multa, mas precisarão notificar o órgão do contrato nos próximos 30 dias e, a partir daí, o conselho vai se debruçar sobre o mérito do contrato associativo, ou seja, os aspectos concorrenciais da operação.

Jacques destacou que, neste momento, não é analisada uma eventual fusão entre as empresas, mas sim verificada a obrigatoriedade de notificação do contrato. Isso porque não existe presunção antitruste favorável a esse tipo de contrato associativo, que deve ser analisado caso a caso.

Para o IPS Consumo, a decisão do Cade foi muito importante, porque não está muito claro o tamanho da sinergia entre duas das três empresas aéreas que atuam no País, e agora haverá a oportunidade de detalhamento do contrato associativo Azul-Gol.

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O que dizem as empresas

Em comunicado, a Azul reiterou que a parceria é "benéfica" aos clientes, "habilitando conexões em rotas complementares e não sobrepostas, sem qualquer coordenação de malha ou prática de gun jumping (acordo de cooperação sem notificação ao Cade), como julgou o conselho".

Por sua vez, a Gol afirmou que o acordo comercial entre as aéreas é uma prática entre as empresas do setor. "A Gol esclarece que respeita e cumpre todos os procedimentos e decisões dos órgãos reguladores", disse a empresa, em nota. Durante a sessão do último dia 4, a advogada da Gol, Ticiana Lima, chamou de "levianos" comentários e notícias que tentam associar esse codeshare a uma operação de fusão.

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