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Ibovespa sobe 0,45%, a 96,5 mil pontos, mas cede 3,73% na semana

Com giro ainda enfraquecido, o Ibovespa acompanhou em sinal mas não em grau a recuperação vista nas bolsas europeias e de Nova York nesta sexta-feira, 15, ao final de semana negativa para o apetite por risco aqui como lá, em que as referências globais par

Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)

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Escrito por Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)
Publicado em 15.07.2022, 17:54:00 Editado em 15.07.2022, 17:58:18
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Com giro ainda enfraquecido, o Ibovespa acompanhou em sinal mas não em grau a recuperação vista nas bolsas europeias e de Nova York nesta sexta-feira, 15, ao final de semana negativa para o apetite por risco aqui como lá, em que as referências globais para ações acumularam, na maioria, perdas - entre as exceções, Paris (+0,05%) e, na Ásia, Tóquio (+1,02%). Mas, enquanto em NY a retração na semana chegou a 1,57% (Nasdaq) e nos maiores mercados da Europa a 1,16% (Frankfurt), em São Paulo a correção foi a 3,73% - não muito distante da vista em Milão (-3,86%), em semana na qual o premiê Mario Draghi apresentou renúncia, não aceita pelo presidente italiano, Sergio Mattarella.

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Hoje, o Ibovespa subiu 0,45% aos 96.551,00 pontos, com o dólar em baixa semelhante no fechamento (-0,52%), a R$ 5,4049, ainda em patamar elevado. Entre a mínima e a máxima da sessão, o índice oscilou entre 95.266,94, nova mínima intradia desde 3 de novembro de 2020 (93.967,64), e máxima de 96.970,67 pontos, saindo de abertura aos 96.119,24 pontos. O giro financeiro ficou em R$ 20,6 bilhões. A perda de 3,73% na semana ocorre após duas semanas de leve recuperação, de 1,35% e 0,29%, para o Ibovespa. Em julho, cede 2,02% e, no ano, cai 7,89%.

O cenário externo desafiador - com elevação de juros em boa parte das maiores economias, inflação ainda pressionada e desaquecimento da atividade global - prossegue em momento no qual a proximidade de outubro - e as manobras fiscais do governo para chegar lá em condições de competir pela reeleição - deteriora a perspectiva para a situação fiscal, também no próximo ano.

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Estimativa feita pela BGC Liquidez, com base em gastos novos para União, Estados e municípios, bem como em perda de arrecadação tributária, coloca o impacto fiscal das medidas tomadas até agora no ano em R$ 249,8 bilhões - deste montante, cerca de R$ 53,2 bilhões circunscritos a esses últimos seis meses de 2022, de medidas a princípio em vigor até 31 de dezembro. O cálculo inclui iniciativas de adoção bem recente, como o piso para enfermagem, com efeito de R$ 26,5 bilhões. E abrange também R$ 19,1 bilhões referentes à redução do IPI, suspensa por liminar concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Além das persistentes preocupações com a situação fiscal doméstica, que limita o potencial de recuperação do Ibovespa, o mercado segue tomando o pulso da economia global - hoje, foi a vez de conhecer o PIB da China no segundo trimestre, mais fraco conforme já se antevia.

"A desaceleração do ritmo de crescimento da economia chinesa tem impacto mundial, a começar pela produção de insumos como chips e componentes. Há uma redução de produção por conta da política de covid zero. E o país é também um grande consumidor de commodities. A manutenção dessa tendência de desaceleração da atividade chinesa, que é o mais provável, afetará no médio prazo as exportações brasileiras de uma forma mais importante", diz Nicola Tingas, economista-chefe da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento).

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Assim como o PIB do segundo trimestre, a produção industrial da China em junho ficou aquém do esperado, com efeito direto para o desempenho do minério de ferro nesta sexta-feira, em queda de 4,24%, que colocou a tonelada abaixo dos US$ 100 em Qingdao, a US$ 96,04 - na semana, a perda acumulada pela commodity chegou a 15,51%. Na B3, Vale ON virou ao longo da tarde e fechou a sessão em alta de 0,62%, acumulando perda de 9,32% na semana e de 10,70% até aqui no mês. As siderúrgicas conseguiram mitigar a correção da semana com desempenho positivo nesta sexta-feira, que chegou a 5,94% para Gerdau PN - na semana, o papel subiu 0,68%, frente a perdas dos pares que chegaram a 8,04% (CSN ON).

Entre as commodities, o dia foi de moderada recuperação para o petróleo, o suficiente para devolver o Brent à linha de três dígitos, não vista nas três sessões anteriores - a referência global encerrou o dia na ICE em alta de 2,08% nos contratos para setembro, a US$ 101,16, mas cedeu 5,48% na semana. Dessa forma, Petrobras ON e PN avançaram respectivamente 1,99% e 1,71% nesta sexta-feira, ainda acumulando perdas na semana, de 2,85% e 2,92%. Outro segmento blue chip, os grandes bancos também foram mal no intervalo, em retração apesar do avanço de até 2,05% (BB ON) na sessão de hoje - na semana, as perdas chegaram a 5,46% (Bradesco PN).

Na ponta vencedora da sessão desta sexta-feira, destaque, além de Gerdau PN (+5,94%), para Braskem (+5,33%), Gerdau Metalúrgica (+4,92%), BB Seguridade (+4,21%), Usiminas (+4,10%) e Yduqs (+4,03%). No lado oposto, Hapvida (-5,22%), CVC (-4,55%), Magazine Luiza (-4,47%) e BRF (-4,43%).

"Chegamos à metade do mês com Bolsa na mínima do ano nesta semana - juros também mais estressados, com ponta longa abrindo, e câmbio que se aproximou de R$ 5,50. A semana foi de surpresas negativas sobre a inflação americana, tanto ao consumidor como ao produtor, ambas acima do esperado. Uma história de inflação bem pior do que se imaginava para 2022, e com choque de juros pior também, mais forte do que se antecipava (para o ano)", diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, destacando ainda o "abre e fecha" na China em meio à política de covid zero, e o prolongamento, sem fim à vista, para a guerra no leste europeu.

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