Há certeza sobre financiabilidade dos projetos ferroviários de 2026, diz ministro
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O ministro dos Transportes, Renan Filho, diz ter plena confiança na "financiabilidade" dos oito projetos ferroviários previstos para o ano que vem. A soma de R$ 140 bilhões deve ter aporte público, apoiada diretamente pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na intermediação com investidores privados.
"O desafio não é mais rodovias, é ferrovias, pelo caráter de longo prazo. Mas com certeza tem financiabilidade", afirmou ele, durante evento de lançamento da carteira, solenidade realizada nesta terça-feira, 25.
O ministro disse que a financiabilidade de concessões rodoviárias, que já foi colocada em xeque, conseguiu ser superada e projeta o mesmo para as ferrovias.
"O investimento inicial em projetos ferroviários têm dificuldade pelo alto valor, mas depois é uma renda fixa acima do que remunera a renda fixa tradicional. Tem financiabilidade", disse Renan Filho. Ele citou que concessionárias rodoviárias fizeram captação junto a fundos internacionais, um dos novos mecanismos explorado por investidores.
A participação do BNDES na estruturação dos projetos é apontada como um reforço de chances de sucesso da carteira. O banco de fomento, que atua em outras áreas de infraestrutura como saneamento e energia elétrica, afirma que fará o mesmo com ferrovias. Uma das ferramentas utilizadas é a operação de debêntures voltadas a financiar a infraestrutura. Essas debêntures são compradas por investidores.
A diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudanças Climáticas do BNDES, Luciana Costa, disse em complemento ao ministro que o banco tem histórico que demonstra sua capacidade técnica de estruturar grandes obras de infraestrutura, com destaque para saneamento e energia elétrica.
"Por que não podemos fazer com ferrovias? Admitimos que temos desafios. O ciclo de investimento do capex é de dez anos, mas estamos seguros que temos conhecimento técnico para isso", afirmou Luciana Costa. Ela defendeu que, quando o BNDES está em um projeto, o mercado sente maior segurança. "Somos um selo de qualidade para os projetos que estruturamos. Ancoramos expectativas."
Calendário Ferroviário
No calendário de leilões para 2026, o primeiro previsto é o Corredor Minas-Rio, em abril. Em junho, deve ocorrer a disputa pelo Anel Ferroviário Sudeste.
Em julho, está previsto o leilão da Malha Oeste e em agosto, o do Corredor Leste-Oeste. Três certames encerram a agenda, em dezembro: Malha Sul - Corredor Paraná - Santa Catarina, Malha Sul - Corredor Rio Grande e Malha Sul - Corredor Mercosul.
Ainda entre os projetos, há previsão de leilão da Ferrogrão, que tem custo estimado em R$ 25 bilhões, sendo R$ 8 bilhões na infraestrutura de trilhos e instalações. Apesar de o projeto ainda estar em discussão junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), o Ministério dos Transportes prevê o leilão para setembro.
Junto ao calendário, o Ministério dos Transportes lançou o plano nacional de desenvolvimento ferroviário, o mais robusto deste tipo já elaborado no País. O governo diz que o objetivo central é destravar a expansão da malha, somando recursos públicos e privados.
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