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Dólar tende a ficar mais para R$ 5 do que R$ 5,50 nos próximos meses, diz Honorato, do Bradesco

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O economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato Barbosa, disse nesta sexta-feira, 3, que a cotação do dólar deve ficar mais próxima de R$ 5 do que de R$ 5,50 nos próximos meses. Esse panorama, disse ele, deve refletir a continuidade da fraqueza global da moeda norte-americana.

"Continuo achando mais fácil o dólar estar perto de R$ 5, ou até um pouquinho abaixo de R$ 5, nos próximos seis ou nove meses, do que estar em R$ 5,50", disse Honorato, ao participar de evento da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), em São Paulo.

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Segundo ele, cerca de 70% do movimento de valorização do real desde a virada do ano reflete justamente esse momento de maior fraqueza do dólar. "Apesar da piora do déficit externo, o real está super bem comportado. Se o real fosse seguir de perto o que está acontecendo com o dólar no mundo, era para o dólar estar em R$ 4,60. Se o real estivesse acompanhando de perto uma cesta de países emergentes que têm características semelhantes às do Brasil, era para o dólar estar em R$ 4,90", detalhou ele durante a sua apresentação.

Moeda única do Brics

Honorato também avaliou que uma possível moeda única do Brics, o grupo de economias emergentes fundado por Brasil, Rússia, Índia e China, é ideia "muito ruim" e da qual o Brasil deveria "fugir".

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"Eu absolutamente acho muito, muito ruim a ideia da moeda dos Brics. Acho que o Brasil deveria fugir dessa ideia como o diabo foge da cruz", disse Honorato, após comentar que a tensão e a volatilidade trazida pelo governo Donald Trump nos Estados Unidos faz os países da América Latina "caírem no colo" da China.

Quando a discussão sobre a "moeda do Brics" ganhou maior repercussão e gerou críticas públicas de Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a ideia não é criar uma moeda nova, e sim estimular o uso das moedas dos países do Brics para negócios com outros integrantes do grupo.

"À medida que você é atacado, ou desafiado por um país como os Estados Unidos, isso empurra a América Latina no colo da Ásia, ou da China, e isso está empurrando também a Europa no colo da Ásia", disse o economista-chefe do Bradesco.

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Tensão 'sem precedentes" causada pelo governo Trump

Segundo Honorato, a tensão causada pelo segundo governo Trump nos EUA é algo "sem precedentes".

Ele citou, por exemplo, que o nível de tarifas imposto pelo governo Trump atualmente é o maior desde o período entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial.

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Economia longe do alvo de 3% de inflação

Para o economista-chefe do Bradesco, a desaceleração da atividade doméstica e um câmbio comportado devem ser "a senha" para que ocorra o início de ciclo de cortes na taxa básica de juros, a Selic.

Segundo ele, é "praticamente impossível" o Brasil ter uma inflação cravada na atual meta, de 3,0%.

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"Eu acho impossível ou muito improvável, que a inflação chegue aos 3% por uma razão muito simples: temos um governo que gasta bastante, que gosta de dar estímulo para a demanda. Está descoordenada a política fiscal e monetária", avaliou o economista, ressaltando, contudo, que ele ainda crê em "alguma melhora" da inflação, ainda que não o suficiente para cravar a meta do Banco Central.

Honorato destacou que, caso a autoridade monetária fosse "muito rigorosa" com o compromisso por uma inflação de 3,0%, não haveria sequer chance de o juro começar a cair no ano que vem. "É razoável, a gente ter 15% de Selic o ano que vem inteiro, para ter uma inflação que vai ser de 3,5%, 3,6%% Não sei, é coisa que a sociedade também tem que discutir", questionou.

Honorato ainda disse que "obviamente é preferível" ter uma inflação de 3%, mas que, dado o arranjo macroeconômico do Brasil, o País ainda não estava preparado para isso, sobretudo por conta da questão fiscal (o governo gasta mais do que arrecada, e a dívida é crescente).

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"Dado que a escolha foi feita de 3%, também não acho que seja prudente agora voltar atrás e ter meta de inflação de 4%, vai dar uma confusão danada nos mercados", disse ele, acrescentando que o caminho é manter a meta em 3% e usá-la "com inteligência". "Vamos convergindo num prazo depois que o ajuste fiscal for feito, num caminho intermediário."

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