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Dólar sobe com ajustes e riscos locais em pregão de baixa liquidez

O dólar subiu nesta segunda-feira, 1º de setembro, e voltou a se aproximar dos R$ 5,45, após ter encerrado agosto com perdas de 3,19% em relação ao real. Segundo operadores, houve um movimento de ajustes e realização de lucros, tendo como pano de fundo a

Antonio Perez (via Agência Estado)

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Escrito por Antonio Perez (via Agência Estado)
Publicado em 01.09.2025, 18:11:00 Editado em 01.09.2025, 18:24:00
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O dólar subiu nesta segunda-feira, 1º de setembro, e voltou a se aproximar dos R$ 5,45, após ter encerrado agosto com perdas de 3,19% em relação ao real. Segundo operadores, houve um movimento de ajustes e realização de lucros, tendo como pano de fundo a cautela com o panorama fiscal doméstico e o início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).

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Também pesou contra o real o tombo do minério de ferro após dados fracos do setor de construção na China. Divisas emergentes latino-americanas, como os pesos chileno e colombiano, registraram perdas, embora mais modestas. Já o peso mexicano apresentou leve apreciação.

Com os mercados americanos fechados por causa do feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos (EUA), a liquidez foi reduzida, o que tornou a formação da taxa de câmbio mais sensível a operações pontuais. Principal termômetro do apetite por negócios, o contrato de dólar futuro para outubro teve giro fraco, abaixo de US$ 8 bilhões.

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Após mínima de R$ 5,4149 e máxima de R$ 5,4495, o dólar à vista encerrou o pregão em alta de 0,33%, a R$ 5,4401. No ano, a moeda americana perde 11,98% ante o real, que ainda exibe o melhor desempenho entre pares latino-americanos.

"Com feriado nos Estados Unidos, o dia é de menor liquidez. E parece que há mais atenção aos acontecimentos domésticos. O mercado não recebeu com bons olhos a primeira versão do orçamento de 2026", afirma a economista-chefe do Ouribank, Cristiane Quartaroli.

O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) prevê superávit primário de R$ 34,5 bilhões (0,25% do Produto Interno Bruto - PIB), alinhado à meta do novo arcabouço fiscal, mas o resultado depende da exclusão de despesas como precatórios e custos de instituições científicas. Sem essas exclusões, o governo projeta déficit primário de R$ 23,3 bilhões.

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A avaliação de casas relevantes ouvidas pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), como MB Associados, Santander e Warren Investimentos, é que o PLOA de 2026, apresentado na noite da última sexta-feira, 29, revela otimismo excessivo do governo quanto ao crescimento da economia e à arrecadação.

O economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, observa ainda cautela em razão do início, nesta terça-feira, 2, do julgamento de Bolsonaro e de outros réus na Primeira Turma do STF sob acusação de tentativa de golpe de Estado.

"Com o julgamento pegando tração nos próximos dias, há receio de que o governo americano possa reagir com algum tipo de sanção ao Brasil. É um fator que pode jogar o câmbio para cima", diz Borsoi.

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No exterior, o Dollar Index (DXY) - termômetro do dólar ante uma cesta de seis moedas fortes - pouco se mexeu e operava em leve queda no fim da tarde, ao redor de 97,700 pontos. No ano, o indicador recua quase 10%.

Investidores aguardam dados do mercado de trabalho dos EUA nos próximos dias para calibrar as apostas sobre os próximos passos do Federal Reserve. Por ora, há mais de 80% de chances de corte de juros em setembro.

O ponto culminante será a divulgação, na sexta-feira, 5, do relatório mensal de empregos (payroll) de agosto. Após números fracos em julho e declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, sobre o enfraquecimento do mercado de trabalho, o payroll é visto como decisivo para as projeções sobre a magnitude do afrouxamento monetário neste ano.

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