Leia a última edição
--°C | Apucarana
Euro
--
Dólar
--

Economia

publicidade
ECONOMIA

Dólar avança 2,20% na semana com quadro eleitoral e remessas no radar

Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no WhatsApp Compartilhar no Telegram
Siga-nos Seguir no Google News
Grupos do WhatsApp

Receba notícias no seu Whatsapp Participe dos grupos do TNOnline

Em sessão volátil e marcada por trocas de sinal, o dólar subiu mais um degrau e emendou o sexto pregão consecutivo de ganhos em relação ao real. Com mínima de R$ 5,4990 e máxima de 5,5463, fechou cotado a R$ 5,5297, encerrando a semana com valorização de 2,20% - o que levou a alta acumulada em dezembro para 3,65%.

Segundo operadores, questões técnicas típicas de fim de ano e o aumento de remessas ao exterior jogaram contra o real. Parte das pressões altistas foi amenizada pela intervenção do Banco Central, que vendeu oferta integral de US$ 2 bilhões em leilões de linha (venda de dólar à vista com compromisso de recompra).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.

Para o gestor de fundos multimercados da Azimut Brasil Wealth Management, Marcelo Bacelar, fatores idiossincráticos têm ditado o comportamento da taxa de câmbio nas últimas semanas. "Estamos vendo o prêmio de risco aumentando com a questão política e a história da remessa de dividendos. É isso que está fazendo preço", afirma Bacelar.

Embora as questões locais estejam dominando o comportamento da taxa de câmbio, parte do avanço do dólar pela manhã foi atribuído a temores de que o aperto monetário no Japão pudesse levar a um desmonte parcial de operação de carry trade com divisas emergentes de países de juros altos, caso do real.

Quinta à noite, o Banco do Japão (BoJ) anunciou elevação da taxa básica de juros de 0,50% para 0,75% ao ano. Foi a segunda elevação em 2025, após o ajuste feito em janeiro. O presidente do BoJ, Kazuo Ueda, disse que novas elevações de juros virão se a economia e os preços evoluírem segundo as projeções da instituição.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ao contrário do que se esperava, o iene não se valorizou. Pelo contrário, amargou queda de mais de 1% em relação ao dólar, aliviando eventuais pressões sobre o real. A percepção é de que investidores esperavam um tom ainda mais conservador por parte do BoJ e acabaram desmontando posições favoráveis à moeda japonesa diante da mensagem transmitida pelo BC japonês.

O dólar operou em queda no fim da manhã e no início da tarde sob o impacto da intervenção do Banco Central com leilões de linha. Operadores avaliam que a injeção de liquidez ajudou a mitigar as pressões vindas do aumento de remessas ao exterior, que, por ora, parece menor do que se esperava e bem distante do observado no fim de 2024.

Dados do setor externo divulgados pela manhã mostraram que o déficit em conta corrente foi de US$ 4,943 bilhões em novembro, um pouco abaixo da mediana apontada pelo Projeções Broadcast (US$ 5,050 bilhões). Já o Investimento Direto no País (IDP) surpreendeu ao somar US$ 9,820 bilhões no mês passado, muito próximo do teto das estimativas colhidas pelo Projeções Broadcast (US$ 9,9 bilhões). Em 12 meses, o IDP equivale a 3,47% do PIB, superando o tamanho do déficit em transações correntes (3,47% do PIB).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O economista Sérgio Goldenstein, sócio-fundador da Eytse Estratégia, observa que, apesar de saídas líquidas de US$ 2,7 bilhões de investimentos em carteira em novembro, no ano o saldo é positivo em US$ 11,4 bilhões, com entrada líquida de US$ 14,9 bilhões em títulos da dívida. "As entradas em renda fixa refletem principalmente o interesse do investidor estrangeiro no diferencial de juros", afirma Goldenstein, em nota.

Bacelar, da Azimut, avalia que o apelo do carry trade deve diminuir ao longo de 2026 à medida que o Banco Central reduza a taxa Selic, estreitando o diferencial de juros interno e externo. O gestor aponta que os últimos acontecimentos no mundo político já aumentaram a volatilidade da moeda, resultando em um carry ajustado pela volatilidade menos atraente.

"O jogo interno será preponderante para o real em 2026. E as variáveis estão piorando. Um corte de juros pelo BC sem a perspectiva de uma mudança no quadro fiscal a partir de 2027 é desfavorável para a moeda", afirma Bacelar, em referência à expectativa de que, em caso de reeleição do presidente Lula, não haja alteração significativa na condução da política fiscal.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Gostou da matéria? Compartilhe!

Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no WhatsApp Compartilhar no Email

Últimas em Economia

publicidade

Mais lidas no TNOnline

publicidade

Últimas do TNOnline