Leia a última edição
--°C | Apucarana
Euro
--
Dólar
--

Economia

publicidade
ECONOMIA

CEO da Scania mostra preocupação com o Brasil por taxa de juros e tarifaço de Trump

Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no WhatsApp Compartilhar no Telegram
Siga-nos Seguir no Google News
Grupos do WhatsApp

Receba notícias no seu Whatsapp Participe dos grupos do TNOnline

O financiamento mais caro e, agora, as tarifas aplicadas nos Estados Unidos - dois fatores que levam as empresas a adiar as compras de caminhões - fazem com que a direção da Scania olhe ao Brasil com preocupação neste momento. Apesar disso, há confiança numa reação das vendas no País, onde está uma de suas maiores operações no mundo e cuja produção é transportada na maioria das vezes sobre os veículos de carga.

Em Södertälje, cidade a 30 quilômetros de Estocolmo onde está sediada a matriz da montadora sueca, o CEO da Scania, Christian Levin, citou a jornalistas brasileiros de apenas três veículos - entre eles, o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) - os dois obstáculos que têm gerado bastante insegurança às transportadoras que compram os caminhões da marca. Conforme Levin, todos os clientes da Scania no Brasil estão preocupados com o aumento da taxa de juros. Para piorar, acrescentou, as decisões de investimento desses clientes estão em compasso de espera por conta das tarifas de 50% que o presidente dos EUA, Donald Trump, passou a cobrar de grande parte dos produtos brasileiros.

publicidade
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.

"Se você olha para a Argentina, o mercado está indo muito bem, após muitos anos de sofrimento. Mas ainda que muitos mercados da América Latina mostrem um desempenho positivo, o Brasil é muito grande para nós, e o que acontece no Brasil é de extrema importância. Então, estamos neste ano um pouquinho preocupados com o Brasil", afirmou o executivo em entrevista aos jornalistas brasileiros que visitaram a sede em Södertälje na segunda-feira.

Houve, conforme diretores da Scania, uma inversão de comportamento entre os mercados do Brasil e da Europa, os dois principais da marca de caminhões de carga pesada. No ano passado, a produção na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, bateu recorde, enquanto a da Europa minguou. Já em 2025, as encomendas de caminhões no Brasil estão caindo, na contramão da tendência positiva que a Scania observa no Velho Continente.

No entanto, Levin frisa que a Scania aprendeu, em quase sete décadas de presença no Brasil, que a economia do País também "samba" - isto é, sobe e desce -, de forma que uma reação é esperada à frente.

publicidade

"Não tenho dúvida de que vai voltar porque o Brasil ainda tem uma parte enorme do transporte nos caminhões, e o mundo precisa de soja, açúcar e minério de ferro produzidos pelo País", ressaltou o CEO da Scania. "Mas bem neste momento, está realmente impactando nossas encomendas", ponderou Levin.

Livre comércio

Ao comentar as barreiras comerciais dos Estados Unidos, o CEO observou que, para a economia da Suécia, altamente dependente de exportações, o livre comércio é importante. Além disso, ressaltou que obstáculos tarifários são problemáticos a empresas com produtos globais como a Scania, uma vez que limitam a capacidade de as fábricas operarem de maneira funcional.

publicidade

"O mais lógico seria 'vamos usar nossa fábrica no Brasil para exportar a países vizinhos; vamos usar nossa fábrica no México para exportar a todos os países vizinhos; vamos usar nossa fábrica na China para exportar para o Sudeste Asiático'. Qualquer coisa que limite isso é ruim para os negócios", declarou Levin. Além da Scania, ele é CEO do grupo Traton, braço da Volkswagen em veículos comerciais que também reúne, fora a marca sueca, MAN, International e Volkswagen Caminhões e Ônibus.

O executivo disse que não é possível ainda dimensionar o impacto das tarifas de Trump. Porém, avaliou que está claro que elas geram incertezas no curto prazo, o que leva as empresas a adiar investimentos. "E isso significa menos produção, menos emprego, menos lucro para investir no desenvolvimento de caminhões melhores. Então, é realmente uma espiral negativa quando são retiradas as possibilidades de crescimento", disse o CEO da Scania.

"Realmente acreditamos no livre comércio. Acreditamos que ele torna o mundo mais próspero", concluiu Levin.

publicidade

*O repórter viajou a convite da Scania

Gostou da matéria? Compartilhe!

Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no WhatsApp Compartilhar no Email

Últimas em Economia

publicidade

Mais lidas no TNOnline

publicidade

Últimas do TNOnline