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BC bloqueia R$ 270 mi de fintech que foi comprada por ex-cozinheiro

A fintech Soffy Soluções de Pagamentos, de Atibaia (SP), teve bloqueada pelo Banco Central (BC) uma conta de R$ 270 milhões sob sua gestão. A medida faz parte das investigações que tentam esclarecer o furto de, pelo menos, R$ 541 milhões realizado por mei

Lucas Agrela e Aramis Merki II (via Agência Estado)

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Escrito por Lucas Agrela e Aramis Merki II (via Agência Estado)
Publicado em 08.07.2025, 21:13:00 Editado em 08.07.2025, 21:22:21
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A fintech Soffy Soluções de Pagamentos, de Atibaia (SP), teve bloqueada pelo Banco Central (BC) uma conta de R$ 270 milhões sob sua gestão. A medida faz parte das investigações que tentam esclarecer o furto de, pelo menos, R$ 541 milhões realizado por meio de um ataque hacker à empresa C&M Software, que pluga ao sistema do Pix instituições financeiras como a Soffy.

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Em nota, a Soffy nega responsabilidade pela transação de R$ 270 milhões e diz que a conta foi aberta por um cliente parceiro, mas não revela quem é ele (leia mais abaixo).

Fundada há cinco anos, a Soffy foi comprada há dois meses pelo ex-cozinheiro Stevan Paz Bastos. Formado em gastronomia no Senac, é um chef que não tinha até agora grande visibilidade para o seu nome na mídia.

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Apesar da formação acadêmica em contabilidade, pela Uniderp, de acordo com informações do seu perfil no LinkedIn (com zero seguidores), Bastos tem apenas experiência profissional como cozinheiro, além de se apresentar como diretor da distribuidora de alimentos Peixe Boi. Entre 2015 e 2019, trabalhou como chef ou prestou consultoria para restaurantes de Campo Grande e São Gabriel do Oeste, em Mato Grosso do Sul, além de prestar uma consultoria de um mês a um restaurante do Paraguai, em 2018.

O capital social da Soffy era de R$ 1 milhão, mas o preço da aquisição feita por Bastos há dois meses não é público.

A companhia não revela quem é o terceiro que ela diz ter usado o serviço para armazenar os R$ 270 milhões, mas afirma que este é quem tem responsabilidade integral pelo cadastro e pela validação de documentação de titulares de contas. A Soffy diz, também, ter bloqueado imediatamente a referida conta e notificado o cliente. Além disso, indica que está colaborando com o BC, a Polícia Federal e a Polícia Civil.

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"A Soffy realiza apenas uma pré-abertura de conta, aguardando as informações e validações de segurança e conformidade a serem providenciadas pelo cliente parceiro para sua efetivação", diz a nota.

Em seu site, a Soffy informa prestar serviços de pagamento e recebimento de valores por meio digital e diz ter atendido mais de 3,2 mil clientes,

"Nossa função se limita a disponibilizar infraestrutura tecnológica para que nossos clientes parceiros possam, de forma autônoma e, sob sua exclusiva responsabilidade, realizar a abertura e a gestão de contas para seus próprios usuários finais."

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Na sexta-feira, 4, o Banco Central suspendeu preventivamente algumas empresas do sistema do Pix, entre elas a Soffy. O bloqueio pode durar 60 dias.

A operação policial tem um suspeito preso

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De acordo com a Polícia Civil, o golpe tem envolvimento de quatro pessoas, além de João Nazareno Roque, 48 anos, um funcionário da C&M Software que, segundo a investigação, colaborou com o grupo de hackers mediante pagamento de um valor total de R$ 15 mil.

Roque, preso na noite de quinta-feira, 3, era profissional júnior de TI na empresa e, segundo a polícia, compartilhou suas credenciais de acesso e detalhes sobre o funcionamento do Pix na empresa.

Companhias como a C&M Software funcionam como um benjamim que pluga instituições financeiras ao sistema do Pix do Banco Central - bancos não usam essa estrutura porque estão ligados diretamente a ele.

Com os acessos, os criminosos fizeram diversos Pix na caótica madrugada de 30 de junho, entre 4h30 e 7h. O prejuízo às empresas envolvidas é estimado em R$ 541 milhões. Após a prisão do profissional da C&M, a investigação agora está focada na recuperação dos valores furtados.

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