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Acordo entre EUA e Japão alivia tensões e taxas futuras rondam estabilidade

A curva a termo seguiu a melhora dos ativos domésticos na segunda etapa do pregão desta quarta-feira, 23, enquanto o mercado segue aguardando avanços no embate comercial dos Estados Unidos com o Brasil e as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom)

Arícia Martins (via Agência Estado)

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Escrito por Arícia Martins (via Agência Estado)
Publicado em 23.07.2025, 18:10:00 Editado em 23.07.2025, 18:21:26
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A curva a termo seguiu a melhora dos ativos domésticos na segunda etapa do pregão desta quarta-feira, 23, enquanto o mercado segue aguardando avanços no embate comercial dos Estados Unidos com o Brasil e as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) e do Federal Reserve (Fed) na próxima semana. Os vencimentos mais curtos e intermediários mostraram viés de baixa, rondando a estabilidade, e a ponta mais longa registrou altas modestas.

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Terminados os negócios, a taxa do Contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2026 oscilou de 14,949% no ajuste desta terça, 23, para 14,940%. O DI de janeiro de 2027 passou de 14,254% no ajuste da véspera para 14,230%. O DI de janeiro de 2028 marcou 13,555%, vindo de 13,567% no ajuste anterior, e o DI do primeiro mês de 2029 ficou praticamente estável, ao ceder de 13,491% no ajuste antecedente para 13,490%.

Nos vértices mais longos, as taxas futuras mostraram leve abertura. O DI de janeiro de 2031 ficou em 13,730%, de 13,713% no ajuste de terça, e o contrato que vence no primeiro mês de 2033 saiu de 13,799% ontem no ajuste para 13,830%.

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Para Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, a parte curta da curva segue ancorada na comunicação telegrafada pelo Banco Central de que a Selic ficará estacionada em 15% por período prolongado. Em seu cenário, o ciclo de cortes só vai começar na virada do primeiro para o segundo trimestre de 2026.

Nos demais vértices, o bom comportamento observado hoje esteve alinhado à queda do dólar ante o real e à recuperação do Ibovespa, afirma Sung, refletindo um quadro de maior apetite dos investidores à tomada de risco após o anúncio ontem, pelo presidente Donald Trump, de um acordo comercial dos EUA com o Japão. A tarifa para o país asiático foi reduzida em dez pontos porcentuais, a 15%. Em troca, disse Trump, o Japão irá investir US$ 550 bilhões nos EUA, que terão acesso ao mercado japonês com tarifa zero.

"Há um otimismo em relação à moderação da guerra comercial, após o anúncio do acordo entre Japão e Estados Unidos", diz Sung, acrescentando que o mercado também opera na expectativa de que o governo Trump chegue a um consenso com a União Europeia. A alíquota imposta para o bloco foi de 30%. A secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse hoje que Washington ainda tem "muitos acordos comerciais para anunciar".

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Sobre o Brasil, tarifado em 50% a partir de 1º de agosto - maior porcentual informado pelos EUA até agora -, o economista-chefe da Suno avalia que, se o País abrir o mercado para produtos americanos como outras economias têm feito, é possível chegar a uma solução para o impasse. Mas o viés político, por outro lado, representa empecilho às negociações. O ex-presidente Jair Bolsonaro, agora alvo de série de medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), foi um dos motivos citados por Trump ao impor a sobretaxa.

Mariana Pulegio, sócia da WIT Invest, aponta que os juros futuros locais recuaram na sessão de hoje como reflexo do alívio do dólar e das taxas dos Treasuries. No entanto, a tensão comercial com a economia americana ainda adiciona incerteza ao cenário. "O investidor está cauteloso, esperando os próximos passos do Copom e do Fed, mas sem perder de vista os ruídos políticos e o cenário externo", comentou.

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