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Últimas ararinhas-azuis na natureza são diagnosticadas com vírus letal

Todas as aves reintroduzidas que sobreviveram na Bahia testaram positivo para circovírus

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Últimas ararinhas-azuis na natureza são diagnosticadas com vírus letal
Autor As ararinhas testaram positivo para vírus letal - Foto: Divulgação

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) confirmou, nesta terça-feira (25), uma ameaça crítica ao programa de reintrodução da ararinha-azul: todas as 11 aves que viviam em liberdade na natureza estão infectadas pelo circovírus. Os animais, monitorados na zona rural de Curaçá (BA), foram recapturados em novembro e submetidos a exames que atestaram a presença vírus, conhecido por ser letal e não possuir cura.

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O vírus, originário da Austrália e inédito em vida livre no Brasil, causa a doença do bico e das penas, sendo fatal na maioria dos casos. Apesar de não oferecer riscos a humanos ou aves de produção, a infecção coloca em xeque a sobrevivência do grupo reintroduzido.

O diagnóstico desencadeou um conflito entre o governo e a BlueSky, empresa responsável pelo criadouro na Bahia. A companhia foi multada em R$ 1,2 milhão por descumprimento de medidas de biossegurança.

Segundo Claudia Sacramento, analista do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e coordenadora da emergência sanitária, a situação encontrada no cativeiro era "muito grave".

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"Os recintos não eram limpos diariamente, havia fezes antigas no local junto com restos de comida e os funcionários não usavam os equipamentos de proteção", afirmou a coordenadora.

Sacramento alerta ainda que o convívio de aves doentes com saudáveis agrava o risco de disseminação. A BlueSky, por sua vez, contesta a contaminação interna, alegando que as ararinhas foram infectadas por outras aves. A empresa declarou não reconhecer a validade dos laudos emitidos por laboratórios de referência, como o da Universidade de São Paulo (USP) e do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

O programa de reintrodução

A ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) é considerada extinta na natureza há décadas. O esforço atual de repovoamento começou em 2020, após um acordo do governo federal com a ONG alemã ACTP, detentora da maior parte da população cativa da espécie no mundo.

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Em 2022, cerca de 20 ararinhas foram soltas na caatinga baiana. Das aves liberadas, apenas 11 sobreviveram aos desafios do ambiente natural — justamente o grupo que agora testou positivo para o vírus.

Apesar do revés sanitário, o governo brasileiro sustenta que o programa continuará. "O Estado brasileiro não vai desistir da reintrodução da ave", garantiu Claudia Sacramento. Uma equipe multidisciplinar atua na região para tentar conter a disseminação da doença, identificada inicialmente no Criadouro Científico para fins Conservacionistas do Programa de Reintrodução da Ararinha-azul (CCCPRAA).


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