Leia a última edição
--°C | Apucarana
Euro
--
Dólar
--

Cotidiano

publicidade
COTIDIANO

TCU aprova instauração de auditoria prioritária para investigar execução do fundo de ciência

Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no WhatsApp Compartilhar no Telegram
Siga-nos Seguir no Google News
Grupos do WhatsApp

Receba notícias no seu Whatsapp Participe dos grupos do TNOnline

Na esteira de apurações sobre gastos públicos, o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou por unanimidade a instauração de auditoria operacional, em caráter prioritário, para avaliar a estrutura de governança da execução do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).

A proposta foi apresentada pelo ministro Bruno Dantas, que é relator de uma outra auditoria operacional conduzida pelo TCU com o objetivo investigar a realização de despesas públicas ou financiamento de políticas públicas por meio de recursos que não transitam diretamente pelo Orçamento da União.

publicidade
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.

Em comunicado ao plenário, Dantas reforçou que, no curso dessa fiscalização, foi identificado que o arranjo entre o FNDCT e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) apresenta particular complexidade e materialidade, "com indícios que recomendam um exame aprofundado de sua estrutura de governança", o que justifica a abertura de uma investigação paralela.

O FNDCT é um fundo público de fomento à ciência e inovação no Brasil, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Parte de seus recursos é operada pela Finep, estatal responsável por financiar projetos de pesquisa e desenvolvimento em empresas e instituições, por meio de crédito ou apoio direto.

"As questões envolvidas - que alcançam a transparência fiscal, a gestão de riscos e os impactos nas contas públicas - transcendem o escopo originalmente definido para a auditoria. Por essa razão, entendo mais prudente e eficiente que essa frente de apuração seja conduzida de forma paralela", escreveu Dantas, que propôs inclusive que o Tribunal atue de forma célere e focalizada sobre a matéria.

publicidade

Como revelou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, essa auditoria apontou que as transferências do FNDCT à Finep destinadas a operações de crédito vêm sendo contabilizadas de modo a mascarar o real impacto dos valores nas contas públicas. A Corte de Contas também vê nas operações um subsídio oculto, não registrado no Orçamento.

Recursos

De acordo com o TCU, desde 2021 o FNDCT não está mais sujeito a contingenciamentos orçamentários, o que ampliou significativamente a disponibilidade de recursos. A Corte alerta, porém, que a mudança também aumentou os riscos de alocação ineficiente, favorecimentos e execução de despesas sem planejamento ou transparência adequados.

publicidade

O fundo tem sua previsão de recursos definida anualmente na Lei Orçamentária Anual (LOA) e integra o orçamento do MCTI. Em 2025, a peça destina R$ 14,67 bilhões ao fundo, dos quais 50% vão para operações de crédito por meio da Finep. O restante contempla ações não reembolsáveis, com foco em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Por outro lado, entre 2015 e 2020, os contingenciamentos frequentes reduziram de forma drástica a capacidade de financiamento do FNDCT, provocando atrasos na publicação de editais e a paralisação de projetos.

"A trajetória recente mostra uma expansão vigorosa, mas sem clareza suficiente sobre o estoque de projetos em exame, os critérios de priorização e o tempo médio de análise", diz a unidade técnica do TCU. Segundo a equipe, com quase R$ 15 bilhões anuais em jogo, é essencial garantir que esses valores não se convertam em passivos fiscais nem sejam aplicados em ações de baixa eficácia.

O TCU identificou alguns riscos na governança do fundo, que envolvem, por exemplo, execução fora do orçamento programado, com potencial de aumento de custos fiscais devido a mudanças recentes em regras de equalização de juros; e baixa eficiência na alocação de recursos, já que parte dos projetos financiados em 2024 apresentou menor potencial de inovação.

publicidade

Foram apontados ainda riscos de transparência e impessoalidade, pela ausência de informações públicas consolidadas, critérios claros de priorização e mecanismos de controle; e falhas de "accountability", já que na execução não reembolsável a prestação de contas ainda é - em grande medida - processada em planilhas sem sistema digital padronizado, o que fragiliza a rastreabilidade e a fiscalização.

Gostou da matéria? Compartilhe!

Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no WhatsApp Compartilhar no Email

Últimas em Cotidiano

publicidade

Mais lidas no TNOnline

publicidade

Últimas do TNOnline