Após a 'piada' do humorista Leo Lins sobre hidrocefalia, uma grande polêmica se formou em torno do assunto e a palavra hidrocefalia está entre as buscas do Google. Mas afinal, você sabe o que significa ter hidrocefalia? O TNOnline tem a resposta. Confira:
A hidrocefalia é um acúmulo anormal e excessivo de líquor dentro do cérebro, um líquido produzido pelos ventrículos cerebrais e que tem como função proteger as estruturas do cérebro, e a medula espinhal, contra danos, além de fornecer nutrientes. Geralmente, a hidrocefalia é causada por uma produção excessiva de líquor ou obstrução do fluxo desse líquido, levando inchaço no cérebro ou problemas de desenvolvimento.
Embora seja mais comum em crianças, devido a alterações no desenvolvimento do feto durante a gravidez, a hidrocefalia também pode se desenvolver em adultos como complicação de infecções que afetam o cérebro, como meningite, ou tumores cerebrais, por exemplo.
Na maioria dos casos a hidrocefalia não tem cura definitiva, no entanto consegue ser controlada e tratada por meio de diferentes tipos de cirurgia, que devem ser orientados pelo neurologista e ser feitos o mais rapidamente possível, para evitar sequelas, como atraso no desenvolvimento físico e mental.
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Sintomas de hidrocefalia em crianças
Os sintomas de hidrocefalia em crianças variam de acordo com a idade, a quantidade de líquido acumulado e as lesões provocadas no cérebro:
Crianças com menos de 1 ano
Os principais sintomas de hidrocefalia em crianças com menos de 1 ano são:
Cabeça maior que o normal;
Moleira e veias da cabeça dilatadas;
Crescimento rápido do crânio;
Dificuldade em controlar a cabeça;
Irritabilidade;
Olhos que parecem olhar para baixo;
Convulsões;
Náuseas e vômitos;
Sonolência.
Além disso, a criança pode apresentar rigidez, diminuição da força muscular ou dificuldade de amamentar.
Crianças com mais de 1 ano
Já no caso da criança com mais de 1 anos, os sintomas podem ser um pouco diferentes, incluindo:
Dor de cabeça;
Dificuldade em caminhar;
Espaçamento entre os olhos e estrabismo;
Movimentos involuntários dos olhos;
Visão embaçada ou dupla;
Perda dos movimentos ou falta de coordenação motora;
Irritabilidade ou mudanças de humor;
Crescimento lento;
Incontinência urinária;
Sonolência ou lentidão;
Náuseas ou vômitos;
Problemas de aprendizagem, fala e memória.
Além disso, outros sintomas que a criança pode ter são perda do controle da bexiga, urinar frequentemente, assim como dificuldade em acordar ou permanecer acordado.
Sintomas de hidrocefalia em adultos
Quando a hidrocefalia acontece na idade adulta, não há aumento do tamanho da cabeça, isso porque os ossos do crânio já estão completamente desenvolvidos. Isso faz com que os sintomas sejam mais intensos e apareçam mais rapidamente, já que o cérebro acaba sendo pressionado contra o crânio.
Os principais sintomas da hidrocefalia em adultos ou idosos são:
Dor de cabeça intensa; Dificuldade para caminhar; Incontinência urinária; Perda de coordenação e equilíbrio.
Além disso, outro sintoma que pode ocorrer é a perda progressiva da memória, pensamento ou raciocínio.
Como confirmar o diagnóstico
A hidrocefalia pode ser diagnosticada pelo obstetra ainda no período pré-natal através da realização do ultrassom obstétrico. No entanto, é mais comum que o diagnóstico seja feito pelo pediatra após o nascimento, através da avaliação dos sintomas do bebê ou da criança, e do exame neurológico completo.
Além disso, o médico pode solicitar exames de imagem, como ultrassom, ressonância magnética ou tomografia computadorizada, para avaliar detalhadamente o cérebro. Esses exames podem ser indicados tanto para crianças como para adultos ou idosos com suspeita de hidrocefalia.
Possíveis causas da hidrocefalia
A hidrocefalia acontece quando há um bloqueio da passagem do líquor, aumento da produção ou má absorção do mesmo pelo organismo, o que pode acontecer devido a malformações fetais, presença de tumores, infecções ou acontecer como consequência de um AVC, por exemplo.
De acordo com a causa, a hidrocefalia pode ser classificada em três tipos principais:
Hidrocefalia fetal ou congênita: ocorre no feto, devido a fatores genéticos que levam à malformação do sistema nervoso central, por conta de ingestão de drogas pela gestante ou a infecções na gravidez, como toxoplasmose, sífilis, rubéola ou citomegalovírus; Hidrocefalia infantil: é adquirida na infância e pode ser causada por malformações cerebrais, tumores ou cistos que provocam obstrução, sendo chamada de hidrocefalia obstrutiva ou não comunicante. Pode ainda acontecer devido a hemorragias, sangramentos, traumatismos ou infecções do sistema nervoso central, que causam um desequilíbrio entre a produção do liquor e a sua absorção, sendo chamada de hidrocefalia comunicante; Hidrocefalia de pressão normal: ocorre em adultos ou idosos, principalmente a partir dos 65 anos de idade, devido a traumatismos cranianos, AVC, tumores cerebrais, hemorragia ou como consequência de doenças degenerativas, como Alzheimer. Nestes casos, há má absorção do líquor ou excesso de produção.
É importante que a causa da hidrocefalia seja identificada, pois assim é possível que o pediatra ou o neurologista indiquem o tratamento mais adequado, de forma a eliminar a causa e evitar agravamento dos sintomas.
Como é feito o tratamento
O tratamento para hidrocefalia pode variar de acordo com a causa,no entanto o pediatra ou o neurologista normalmente indicam a realização de uma cirurgia de emergência para aliviar os sintomas e controlar a doença.
Essa cirurgia pode ser feita de diferentes formas:
Inserção de um shunt, que consiste na colocação de um pequeno tubo no cérebro com uma válvula que drena o líquido acumulado para outra área do corpo, como o abdômen ou o tórax, impedindo o seu acúmulo no cérebro e facilitando a sua absorção para a corrente sanguínea; Ventriculostomia, que consiste na introdução de um aparelho fino, através de um furo no crânio, para aliviar a pressão no cérebro e fazer circular o líquor.
A inserção do shunt normalmente é feita após o nascimento do bebê com hidrocefalia fetal ou congênita. No entanto, em alguns casos, a cirurgia pode ser feita ainda com o bebê no útero da mãe, para desviar o excesso de líquor para o líquido amniótico, podendo ser indicada pelo médico a partir das 35 semanas da gestação.
Após o nascimento, o bebê deve ser submetido a uma nova cirurgia para desviar o líquido para outra área do corpo. Apesar de ainda não ser possível prevenir a hidrocefalia, as mães podem evitá-la realizando o tratamento de infecções conforme orientação do obstetra, evitando o uso de drogas e tomando ácido fólico antes e durante a gestação. Veja como tomar ácido fólico na gravidez.
Além disso, existem outras cirurgias que ajudam a resolver a causa do problema e que podem ser feitas para tratar a hidrocefalia, como cirurgia para retirar tumores ou partes do cérebro que estejam a produzir muito líquor, por exemplo. Por isso, dependendo da causa, o médico deve indicar outros tratamentos adequados.
Possíveis complicações
As complicações da hidrocefalia em bebês ou crianças são mais comuns quando o tratamento não é feito nas fases iniciais da doença, pois isso faz com que existam maiores chances de existirem danos no tecido cerebral. Assim, a criança poderá ter problemas no seu desenvolvimento mental ou motor, como dificuldades na aprendizagem, raciocínio, fala, memória, em andar ou controlar a vontade de urinar ou defecar, por exemplo.
Em casos graves, a hidrocefalia pode causar danos cerebrais irreparáveis, como retardo mental ou paralisia, ou até mesmo colocar a vida da criança em risco.
Desta forma, é importante manter acompanhamento regular com o médico, para prevenir estas complicações e tratá-las o mais rapidamente possível, de forma a evitar danos no cérebro.
A hidrocefalia tem cura?
Na maioria dos casos a hidrocefalia não tem cura definitiva, no entanto é possível aliviar os sintomas e evitar o surgimento de complicações através do tratamento indicado pelo médico.
Ainda assim, existem alguns casos em que é possível alcançar a cura, principalmente nas situações em que a hidrocefalia é causada por uma infecção e ainda se encontra numa fase inicial. Isso porque a partir do momento em que a infecção é tratada, a pressão no cérebro diminui e a hidrocefalia desaparece.
Com informações, Tua Saúde
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