Safari humano: turistas são investigados por pagarem para matar civis
De acordo com as apurações, turistas italianos teriam pago até 100 mil euros, cerca de R$ 611 mil, para atirar e matar civis, incluindo crianças
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A Procuradoria de Milão, na Itália, abriu uma investigação sobre um suposto “safari humano” realizado durante a Guerra da Bósnia, nos anos 1990. De acordo com as apurações, turistas italianos teriam pago até 100 mil euros, cerca de R$ 611 mil, para atirar e matar civis, incluindo crianças, na região de Sarajevo, capital da Bósnia e Herzegóvina.
Segundo informações divulgadas pelo jornal La Repubblica, os chamados “turistas de guerra” participavam da atividade às sextas-feiras, partindo do nordeste da Itália rumo às colinas de Sarajevo, onde recebiam armas fornecidas por milícias sérvias. O transporte era feito de helicóptero ou carro.
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As investigações indicam que o valor pago dava direito a atirar em civis inocentes, mas havia taxas adicionais para quem desejasse alvejar crianças, intermediadas por membros das milícias. A maioria dos participantes seria composta por empresários, médicos, mercenários e políticos ligados a movimentos de extrema-direita, todos descritos como entusiastas de armas e adrenalina.
Testemunhas já foram identificadas pelas Forças Armadas italianas. Um ex-agente da inteligência bósnia relatou que, em 1994, o serviço secreto italiano já tinha conhecimento da prática, mas teria apenas informado que “não voltaria a acontecer”, deixando o caso no esquecimento.
Entre os depoimentos previstos estão os pais de uma bebê de um ano morta por atiradores. Alguns dos supostos participantes, entre eles o dono de uma clínica médica em Milão, já foram identificados e deverão responder por homicídio doloso com agravante de crueldade e motivos torpes.
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