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Rio: corpos estavam amarrados e com marcas de facadas, relatam moradores

De acordo a Defensoria Pública do Rio de Janeiro, 132 pessoas morreram após a megaoperação contra o Comando Vermelho

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Rio: corpos estavam amarrados e com marcas de facadas, relatam moradores
AutorDezenas de corpos são trazidos por moradores para a Praça São Lucas, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro - Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Os corpos encontrados em uma área de mata na Serra da Misericórdia pela comunidade do Complexo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, estavam amarrados e com marcas de facadas. O Estadão presenciou ainda ao menos um corpo decapitado.

-LEIA MAIS: Governo do Rio estima 119 mortes; moradores retiram corpos da mata

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Segundo a Associação de moradores da Penha, 72 corpos foram levados à Praça São Lucas. A associação conta com o apoio da OAB para fazer a contagem oficial. Ao menos dez carros deixaram a Praça para levar os corpos ao IML.

De acordo a Defensoria Pública do Rio de Janeiro, 132 pessoas morreram após a megaoperação contra o Comando Vermelho de terça-feira, 28.

O balanço do governo do Rio, até a tarde de terça, contabilizava 64 mortes. Entretanto, nesta quarta, Cláudio Castro afirmou que oficialmente, foram contabilizados 58 mortes, sendo 4 policiais. Ele admitiu que o número irá mudar e só será definitivo após o término do trabalho da perícia.

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'Corpos com marcas de faca'

Uma parente de um dos mortos, que preferiu não ser identificada, afirmou ao Estadão que havia corpos com "sinais de tortura", como cortes de faca e decapitados.

"Tinha corpos sem cabeça, com marcas de faca", disse a moradora. A reportagem presenciou ao menos um corpo sem cabeça. "Não tinha necessidade de fazerem isso. Muita gente morreu. Eles só vêm para matar", afirmou outra moradora.

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Um grupo de moradores subiu para a mata, onde, segundo eles, haveria mais corpos. O objetivo seria identificar e retirar os que ainda se encontram na mata que divide o Complexo da Penha do Complexo do Alemão.

Ao Estadão, em frente à fila de corpos, moradores relataram o desespero e a dor de encontrar parentes entre as vítimas. "Ninguém nunca viu no Brasil o que está acontecendo aqui", afirmou a moradora que se identificou apenas pelo nome de Jéssica.

"Vou falar o quê? Vou falar o que eu estou perguntando para todos. Governador, me responde o que é certo para você? Isso aqui não é certo. Você mandou para fazer essa chacina. Isso aqui não foi operação, isso foi chacina."

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"Você não aguentaria um dia do que o favelado vive. Aqui tem trabalhador, aqui tem guerreiro. Tem bandido, tem? Mas tem bandido melhor do que os de terno e gravata. Vocês matam com a caneta."

O depoimento de Jéssica foi aplaudido por demais moradores da comunidade. Durante a entrevista, diversos moradores gritaram: "Toda vida importa".

O que diz o governo do Rio

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O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, disse nesta quarta-feira, 29, que as únicas vítimas da megaoperação são os 4 policiais mortos. A declaração foi dada em entrevista coletiva, logo após a Defensoria Pública do Rio de Janeiro afirmar que há ao menos 132 mortos na ação contra o Comando Vermelho (CV).

Procuradas, a Polícia Militar e a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro não responderam a tentativa de contato do Estadão. A Defensoria Pública do Rio apura possíveis violações na operação.

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