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Praia de SC terá 4ª engorda de areia em menos de 30 anos; saiba onde é

Balneário Piçarras, no litoral de Santa Catarina, vai ampliar a faixa de areia da Praia Central pela quarta vez em menos de 30 anos. A nova obra prevê a engorda de dois dos sete quilômetros de orla do município, com investimento de R$ 38,289 milhões. A en

Willian Canan (via Agência Estado)

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Escrito por Willian Canan (via Agência Estado)
Publicado em 07.08.2025, 17:45:00 Editado em 07.08.2025, 17:55:44
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Balneário Piçarras, no litoral de Santa Catarina, vai ampliar a faixa de areia da Praia Central pela quarta vez em menos de 30 anos. A nova obra prevê a engorda de dois dos sete quilômetros de orla do município, com investimento de R$ 38,289 milhões. A engorda das praias tem sido uma das estratégias adotadas para driblar a erosão costeira, um dos principais efeitos das mudanças climáticas.

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Além de Piçarras, Balneário Camboriú e Florianópolis são outras cidades catarinenses que também já fizeram intervenções desse tipo.

A previsão é concluir o trabalho 70 dias após a assinatura do contrato com a empresa vencedora, mas não está definida a data de início das obras, mas os interessados têm até o dia 5 de setembro para enviar as propostas.

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A primeira intervenção em Piçarras foi feita em 1998, sendo refeita 10 anos depois, em 2008 e em 2012. "Temos problemas na nossa orla com ressaca marítima e já sofremos com isso há alguns anos", afirma o prefeito Tiago Baltt (MDB).

O processo de alargamento da faixa de areia utiliza grandes barcos conhecidos como dragas, que retiram areia do fundo do mar e recolocam em um aterro na orla da praia.

"As mudanças climáticas provocam as chamadas 'praias famintas', porque o sedimento não chega no mar e, quando chega, tem um processo erosivo que produz praias com cada vez menos areia", explica o professor de Oceanografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Paulo Horta.

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Além da proteção da orla, a prefeitura espera que o alargamento atraia mais turistas e gere mais empregos durante o verão.

A primeira vez que a prefeitura debateu o novo alargamento foi em 2017. De lá para cá, já foram lançados três editais, incluindo o mais recente. Na primeira vez, a concorrência não teve participante.

Na segunda tentativa, o orçamento era de R$ 24 milhões e as duas empresas interessadas deram lances acima dos R$32 milhões. Além disso, logo depois da abertura dos lances, o Tribunal de Contas do Estado embargou o processo por suspeitas de sobrepreço.

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Para evitar novos problemas, o município refez o edital, com a ajuda do Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH). "Entendemos que o que estava sendo feito não poderia existir do jeito que estava, então fizemos novos estudos para lançar essa nova licitação", afirma o prefeito.

Para Horta, mesmo com estudos técnicos, a engorda traz riscos ambientais. "Existe toda uma biodiversidade que é prejudicada", aponta.

A tendência, acrescenta ele, é de que obras desse tipo durem menos, por conta do aumento acelerado do nível do mar. "Apesar do alargamento da faixa de areia nos dar mais tempo para evitar tragédias humanas, o processo também libera gases como o metano e o gás carbônico, que aceleram o aquecimento global", diz Horta.

Uma nota técnica de pesquisadores da UFSC em maio destaca ainda que "em praias alteradas artificialmente, tem ocorrido aumento de ferimentos em turistas, como lesões na coluna devido a ondas quebrando com força em praias mais íngremes e aumento nos afogamentos causados por correntes de retorno".

Para minimizar problemas, a prefeitura criou um plano de contenção de danos e preservação, que devem ser seguidos no processo. Entre as ações previstas, estão o uso de dragas com defletores para evitar a captura acidental de tartarugas e de outros animais marinhos. Na área de retirada dos sedimentos, também serão criados pontos de preservação, para permitir a procriação de animais.

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