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Polícia identificou um dos envolvidos no assassinato de Ruy Ferraz Fontes, diz Derrite

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O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou que já foi identificado um dos participantes da execução do ex-delegado-geral do Estado Ruy Ferraz Fontes, morto na segunda-feira, 15, em uma emboscada na Praia Grande, no litoral paulista. Além dele, a polícia trabalha com a suspeita de participação de outros cinco indivíduos no crime.

Derrite disse que o suspeito tem antecedentes criminais por roubo e tráfico de drogas. O secretário não confirmou a ligação do suspeito com o Primeiro Comando da Capital (PCC). "É um indivíduo que já foi preso duas vezes por roubo e uma por tráfico de drogas. Não posso falar mais para não prejudicar as investigações". A prisão preventiva do suspeito foi pedida à Justiça. "Todas as hipóteses estão sendo consideradas."

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Ainda de acordo com o secretário, a identificação foi possível graças a reconhecimento de material genético encontrado no segundo carro envolvido no crime.

"Temos várias hipóteses. Não podemos descartar o envolvimento do crime organizado. Ele (Ruy) era conhecido por sua carreira. Não podemos descartar a atuação dele como secretário de Praia Grande", afirmou Derrite. "Todos que participaram deste atestado terrorista, foi isso que aconteceu, serão punidos", acrescentou.

O velório é realizado na manhã desta terça-feira, 16, na Assembleia Legislativa de São Paulo. O sepultamento está previsto para as 16 horas no Cemitério da Paz Morumbi, zona sul da capital paulista.

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Linhas de investigação

A força-tarefa criada para investigar o assassinato do ex-delegado geral Ruy Ferraz Fontes apura a ligação de um líder do PCC que deixou um presídio federal há um mês com o crime. A informação foi confirmada ao Estadão por fontes na área da segurança pública.

A investigação não descarta nenhuma possibilidade, mas trabalha com duas suspeitas principais: uma reação do PCC ou retaliação por sua atuação na prefeitura de Praia Grande, onde era secretário de Administração. Não é descartada, porém, nenhuma linha de investigação.

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Como delegado, Ferraz Fontes ficou conhecido por seu trabalho contra o PCC. Em 2006, foi o responsável por indiciar toda a cúpula da facção, incluindo Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, antes de os bandidos serem isolados na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP). Em 2019, quando Marcola foi transferido para um presídio federal, ele era o delegado-geral, cargo que ocupou até 2022.

Em outra linha de apuração, os investigadores acreditam que o crime possa ter elo com uma licitação, que teria prejudicado uma entidade ligada aos criminosos. Ferraz Fontes era secretário municipal de Administração de Praia Grande desde 2023, em um cargo não ligado à segurança.

Ferraz Fontes foi perseguido pelos criminosos após sair do trabalho, na prefeitura, e colidiu contra um ônibus na tentativa de escapar dos bandidos.

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Conforme os investigadores, as imagens mostram que a execução foi feita por um grupo treinado: três criminosos saíram do carro, armados com fuzis, para assassinar Ferraz Fontes, e outro bandido ficou no automóvel, para dar retaguarda.

O veículo do ex-delegado-geral, um Fiat Argo preto, não era blindado. Um dos carros usados pelos criminosos foi encontrado depois, mas havia sido queimado.

Uma mulher e o filho também foram atingidos durante o atentado. "Foram muitos tiros", disse uma testemunha, da família dessas vítimas.

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O caso foi registrado junto à Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Praia Grande e será investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), com apoio de demais departamentos.

Investigação em 2019 mostrou plano contra ex-delegado-geral

Conforme mostrou o Estadão, uma investigação do Ministério Público acusou Marcola de mandar matar agentes públicos - dentre eles, Ruy Fontes. Para promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo (Gaeco) "tudo indica que foi um crime de máfia".

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Em dezembro de 2023, Fontes sofreu um assalto no litoral paulista. Na época, ele já demonstrava preocupação com sua segurança e de familiares, após anos de atuação contra o PCC.

Ele e a mulher saíam de um restaurante e iam para casa quando foram abordados. Um dos criminosos apontou a arma para a cabeça do ex-policial. Foram roubados celulares, joias, cartões e a moto do casal. Os suspeitos foram presos em flagrante, e os bens, recuperados. "Combati esses caras durante tantos anos e agora os bandidos sabem onde moro. Minha família, agora, quer que eu deixe o emprego em Praia Grande e saia de São Paulo", disse ao Estadão após o episódio. Ele ainda apontava estar preocupado com a exposição do assalto na mídia e que sua família se sentia ameaçada.

Em maio de 2022, o ex-delegado-geral foi vítima de um assalto, mas na Avenida do Estado, zona sul da capital. Uma dupla em uma motocicleta o abordou, mas desistiu ao perceber que o veículo que Fontes dirigia era blindado.

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Dois anos antes, em 2020, Fontes sofreu uma emboscada de assaltantes no Ipiranga. Ele reagiu e chegou a balear um dos criminosos, que conseguiu fugir. Já em 2012, o ex-chefe da Polícia Civil foi abordado por dois homens na Via Anchieta, no ABC.

Caso seja confirmada a participação do PCC seria a terceira "grande vingança" promovida pela facção contra autoridades que combateram o grupo dentro e fora dos presídios.

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