Leia a última edição
--°C | Apucarana
Euro
--
Dólar
--

Cotidiano

publicidade
INVESTIGAÇÃO

Pilotos da Voepass relataram falha no sistema antigelo, revela Cenipa

Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos divulgou relatório preliminar na sexta-feira (06)

Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no WhatsApp Compartilhar no Telegram
Siga-nos Seguir no Google News
Grupos do WhatsApp

Receba notícias no seu Whatsapp Participe dos grupos do TNOnline

Pilotos da Voepass relataram falha no sistema antigelo, revela Cenipa
Autor Avião caiu em 9 de agosto em Vinhedo, no interior de São Paulo - Foto: Claudia Vitorino/RS via Fotos Públicas

O relatório preliminar do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira (FAB), apontou que o ATR-72 da Voepass, que caiu em 9 de agosto em Vinhedo, no interior de São Paulo, perdeu o controle durante o voo em condições de gelo severo. O sistema de gravação de voz, um dos dispositivos da "caixa-preta", registrou o comandante relatando, ainda durante a subida, uma falha no dispositivo que retira a camada de gelo formada nas asas da aeronave. A investigação ainda deve demorar mais de um ano.

-LEIA MAIS: Das 62 vítimas de acidente com avião, 29 tinham CPF do Paraná

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.

A falha no sistema de degelo, contudo, não foi vista entre os dados caixa-preta, segundo o chefe do Cenipa, brigadeiro do ar Marcelo Moreno. "Até o momento, temos uma fala em que um dos tripulantes indica que tem uma falha no sistema de-icing, mas essa informação não foi confirmada no gravador de dados. Isso será matéria de análise futura", afirmou.

A formação de gelo nas asas desse modelo não é considerada incomum, dependendo das condições meteorológicas, e a aeronave tem mecanismos de detecção e acionamento para retirada da camada. A permanência de gelo pode afetar o controle do avião e a sua sustentação. O voo decolou de Cascavel (PR) em direção a Guarulhos (SP) às 11h58.

A investigação preliminar apontou que o chefe da tripulação comentou sobre uma falha no sistema de degelo às 12h15, durante o procedimento de subida. A aeronave alcançou os 17 mil pés previstos, o equivalente a 5.181 metros, às 12h21.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mais tarde, às 13h20, o copiloto diz: "bastante gelo". Os comentários foram registrados pelo mecanismo que grava as conversas da cabine do avião, um dos dispositivos da caixa-preta. Um minuto depois, a aeronave saiu do controle até se chocar contra o chão, às 13h22. "Durante a subida ainda, o comandante comenta, através do (registrado) no CVR (Cockpit Voice Recorder, gravador de voz do cockpit), que existia ali uma possível falha no sistema de degelo. Já (com a aeronave nivelada), o copiloto comenta bastante gelo. Foram esses os dois comentários sobre gelo e a falha de sistema", disse o investigador encarregado, o tenente-coronel aviador Paulo Mendes Fróes.

O botão que aciona o sistema de degelo das asas foi acionado três vezes pela tripulação. Contudo, técnicos afirmam que não é possível dizer até o momento se o mecanismo foi desligado por piloto ou copiloto ou se foi uma falha do sistema da aeronave. O acionamento ocorreu após alertas automáticos do avião, que detectaram velocidade reduzida e performance afetada como efeito do gelo nas asas.

O gelo nas asas de aeronaves como o ATR-72 pode afetar a sustentação, como especialistas haviam cogitado anteriormente, fazendo com que o avião perca controle e altitude, o que aconteceu no caso do voo da Voepass. O órgão da FAB destacou ainda que a tripulação não declarou emergência às autoridades durante o problema, que se agravou em um curto intervalo de tempo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

CONDIÇÕES DE VOO

A investigação preliminar aponta que a aeronave tinha condições de voo na situação de "gelo severo", que era amplamente conhecida no dia do acidente, e piloto e copiloto possuíam o treinamento necessário para voar em condições como aquela. Além disso, segundo o Cenipa, a aeronave estava com os procedimentos necessários de manutenção em dia.

O tenente-coronel Mendes Fróes começou a apresentação detalhando informações sobre a aeronave e o plano de voo. Detalhou ainda o trajeto feito pela aeronave de Cascavel até a queda em Vinhedo e, na sequência, elencou a sequência de medidas adotadas pela FAB assim que houve a comunicação da ocorrência.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

"Era previsto gelo severo na rota e previsão de formação de gelo entre 12 mil pés e 21 mil pés. Essas informações meteorológicas estavam disponíveis via internet", disse o oficial. O investigador detalhou os mecanismos de proteção contra gelo no avião da Voepass.

A aeronave completou cinco voltas antes da queda no solo, em um condomínio residencial em Vinhedo, segundo o que foi apontado pelos dados das caixas-pretas. A investigação exibiu ainda um vídeo que simulou as condições nos minutos finais do trajeto, a partir dos dados recuperados.

SEM RESPONSABILIZAÇÃO

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O avião, de matrícula PS-VPB, caiu no interior de São Paulo durante o trajeto que fazia de Cascavel, no Paraná, até Guarulhos. Os peritos do Cenipa trabalham para descobrir as causas da queda desde o dia do acidente. De lá para cá, passos importantes foram dados para a construção do relatório que, como afirma a FAB, não tem o objetivo de apontar culpados ou responsabilidades, mas de investigar o caso tecnicamente de modo a prevenir novas ocorrências semelhantes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Gostou da matéria? Compartilhe!

Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no WhatsApp Compartilhar no Email

Últimas em Cotidiano

publicidade

Mais lidas no TNOnline

publicidade

Últimas do TNOnline