Nos meses de outono e inverno, as temperaturas mais baixas levam gatos a buscar calor em locais protegidos e discretos. Um dos esconderijos mais frequentes é o compartimento do motor de carros que acabaram de ser desligados. O calor residual e o silêncio desses espaços atraem os animais, que veem ali um abrigo temporário.
Veterinários apontam que o comportamento dos felinos se relaciona ao instinto de proteção e à busca por temperaturas mais amenas. O compartimento do motor é visto pelos gatos como uma toca segura e quente, ideal para um animal que vive nas ruas ou que busca refúgio temporário.
Casos como o de um gato que viajou 280 km de Goiás ao Distrito Federal ou o de outro que percorreu quase 200 km na Paraíba mostram a gravidade da situação. Muitas vezes, nem mesmo uma checagem rápida é suficiente para detectar o animal, que pode estar em silêncio e imóvel por medo.
Além do risco ao gato, a situação pode provocar acidentes, falhas no carro e danos mecânicos. Em algumas situações, o animal pode sofrer queimaduras ou ficar preso durante a condução, agravando ainda mais o quadro.
“Sempre reforço: no frio, verificar o carro antes de sair é essencial. Gatos buscam abrigo no motor por causa do calor residual. Bater levemente no capô pode evitar acidentes graves. Já vi casos em que o animal percorreu centenas de quilômetros escondido. É um risco real, tanto para o pet quanto para o veículo. A prevenção é simples e salva vidas — um hábito que todo motorista precisa adotar, especialmente em regiões mais frias”, orienta Alan Corrêa, especialista em carros do Carro.Blog.Br.

A orientação de especialistas é simples, mas eficaz: antes de ligar o carro em dias frios, o motorista deve bater levemente no capô. Esse ruído assusta o gato e o faz sair. Também vale a pena observar rodas e arredores do carro. Além disso, ao transportar animais, é importante seguir as normas do Código de Trânsito: eles não devem estar soltos ou no colo do motorista, e sim em caixas ou com cintos apropriados. Esses cuidados garantem mais segurança e bem-estar, seja em viagens ou no dia a dia.
Outro cuidado importante é dar a partida e esperar alguns segundos antes de iniciar o trajeto. Caso o gato esteja em uma posição de risco, esse tempo pode ser suficiente para notar sons ou movimentos vindos do motor.
Ao encontrar um gato no carro, é fundamental manter a calma. Se o animal for conhecido, deve-se abrir o veículo com cautela, sem movimentos bruscos, permitindo que ele saia por conta própria. No caso de animais desconhecidos, o ideal é não tocá-los diretamente. Observar o comportamento e, se necessário, usar ruídos suaves ou comida pode facilitar a retirada.
Se o gato estiver machucado, desorientado ou preso, o recomendado é acionar um veterinário ou organização local de proteção animal. Tentar puxar ou forçar a saída pode piorar os ferimentos ou assustar o animal ainda mais.
A responsabilidade também é compartilhada pelos tutores. Criar espaços seguros em casa, com abrigos protegidos e quentes, reduz a chance de que o pet busque esconderijo em veículos. Em locais onde há muitos gatos de rua, o cuidado deve ser redobrado.
Campanhas de conscientização têm papel relevante. ONGs, clínicas veterinárias e grupos de adoção promovem ações informativas, especialmente nas épocas mais frias. Essas iniciativas alertam sobre os riscos e ensinam práticas simples de prevenção.
Adotar o hábito de verificar o carro antes de sair é uma forma de evitar acidentes e preservar a vida de um animal. A adaptação da rotina ao comportamento natural dos gatos representa um cuidado diário que pode salvar vidas.
Os riscos não se limitam a grandes cidades. Áreas rurais e turísticas, como a Chapada dos Veadeiros, também registram ocorrências, principalmente em hospedagens que abrigam animais de rua. Em regiões assim, é recomendável redobrar a atenção ao retornar para casa.

Motoristas que estacionam seus veículos em áreas abertas, sem vigilância constante, devem ser ainda mais cuidadosos. Mesmo em estacionamentos fechados, onde há circulação de animais, a prevenção continua sendo essencial.
O comportamento dos gatos não muda com o tempo. Mas os hábitos dos condutores podem ser ajustados para evitar tragédias. A prevenção é uma responsabilidade coletiva que envolve motoristas, tutores e comunidades.
Passo a passo do que fazer
● Observe em volta do carro e verifique se há movimentação próxima às rodas.
● Dê leves batidas no capô para alertar o gato, caso esteja escondido.
● Abra o capô com cuidado e espere alguns segundos antes de ligar o carro.
● Se encontrar um gato, não force a retirada; aguarde ele sair por conta própria.
● Em caso de ferimentos ou se estiver preso, acione um veterinário ou ONG local.
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