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Jovem de 26 anos é morto por PM de folga ao sair do trabalho em SP

O jovem Guilherme Dias dos Santos Ferreira, de 26 anos, foi morto com um tiro por um policial militar quando corria para pegar ônibus logo após sair do trabalho em São Paulo. O crime ocorreu na noite de sexta-feira, 4, em Parelheiros, zona sul da capital.

José Maria Tomazela, Ítalo Lo Re e Lívia Machado (via Agência Estado)

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Escrito por José Maria Tomazela, Ítalo Lo Re e Lívia Machado (via Agência Estado)
Publicado em 08.07.2025, 07:24:00 Editado em 08.07.2025, 07:32:57
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O jovem Guilherme Dias dos Santos Ferreira, de 26 anos, foi morto com um tiro por um policial militar quando corria para pegar ônibus logo após sair do trabalho em São Paulo. O crime ocorreu na noite de sexta-feira, 4, em Parelheiros, zona sul da capital. À Polícia Civil, o PM disse que confundiu a vítima com um dos ladrões que teriam tentado assaltá-lo.

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Ferreira estava com uma sacola onde levava a marmita e os talheres que usou no serviço, em uma empresa próxima. Também foram encontrados o telefone celular, carteira, remédios, uma Bíblia e itens de higiene. Ele morreu no local.

O policial Fábio Anderson Pereira, de 35 anos, foi preso em flagrante, mas pagou fiança de R$ 6,5 mil e responderá em liberdade pelo homicídio. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do PM. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse que o agente foi afastado do serviço operacional. O Estadão apurou que ele pertence ao 12.º Batalhão de Polícia da PM, no Campo Belo, zona sul.

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Conforme a secretaria, ele "pagou fiança estabelecida nos termos do artigo 322 do Código de Processo Penal (CPP)". Esse artigo prevê que a autoridade policial só pode conceder fiança nos casos de infrações penais cuja pena máxima privativa de liberdade não seja superior a 4 anos. Como o delegado entendeu que se trata de homicídio culposo, a pena varia de 1 a 3 anos.

Conforme o registro da ocorrência, o policial estava de folga e pilotava uma moto pela Estrada Ecoturística de Parelheiros quando foi abordado por suspeitos armados em outras motos. Eles teriam tentado roubar a motocicleta do agente.

Luto

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Guilherme Dias trabalhava havia três anos como marceneiro na empresa Dream Box, que projeta e monta camas, com unidades em São Paulo e no Rio. A unidade paulistana não abriu nesta segunda-feira em luto pela morte do colaborador.

"Estamos todos consternados e assustados pela forma como aconteceu. O Guilherme era uma pessoa do bem. Era focado na família e no trabalho", diz Miguel Moura, proprietário da empresa. "Ele estava em treinamento para subir de cargo. Era muito bom, um cara maravilhoso."

Moura confirmou que Ferreira tinha acabado de sair a pé da fábrica e seguia para o ponto de ônibus. "É inacreditável que tenha acontecido logo com ele. Um dia inteiro trabalhando. Agora estamos pensando na família, que está vivendo essa tragédia", diz.

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Nas redes sociais, os familiares do rapaz manifestaram indignação e pediram justiça. Ele era casado e tinha o sonho de ser pai, segundo a viúva Sthephanie dos Santos Ferreira Dias. "Um homem de Deus, um bom filho, um bom esposo. Nunca se envolveu com nada. O sonho dele era ser pai. A gente iria viajar agora em agosto para comemorar dois anos de casados."

Larissa Santos, prima de Guilherme, pediu "justiça". "R$ 6,5 mil para uma vida que foi perdida não está satisfatório." Os familiares mostraram imagens que a vítima fez ao bater o ponto e sair do trabalho.

Reações

A Ouvidoria das Polícias informou que abriu um procedimento para acompanhar o caso e já pediu imagens de câmeras instaladas no local onde se deram os fatos. "O procedimento da PM determina três estágios nestes casos: identificar, decidir e agir. O policial desrespeitou esta sequência, agindo antes de identificar, vitimando mais um inocente num crime de natureza dolosa, que feriu de morte, com um tiro pelas costas, o trabalhador negro, deixando ferida ainda mais uma pessoa, numa clara demonstração de que não 'se mata por engano'", diz a nota assinada pelo ouvidor Mauro Caseri.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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