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Formigas saúvas podem 'recordar' agentes causadores de doenças

Moradores de Apucarana (PR) e região têm relatado, nos últimos dias, a presença de grandes quantidades do inseto

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Formigas saúvas podem 'recordar' agentes causadores de doenças
Autor Foto por Unesp - Pesquisadores fizeram um estudo sobre a formiga saúva

A recente e notável presença das formigas cortadeiras, popularmente conhecidas como saúvas, na região Apucarana (PR) tem despertado a curiosidade dos moradores. Contudo, o interesse nesses insetos vai além do incômodo rotineiro: um estudo científico recente, com participação de pesquisadores da Unesp, lança luz sobre uma fascinante capacidade dessas formigas, revelando paralelos surpreendentes com a forma como a humanidade lida com doenças.

-LEIA MAIS: Saiba por que formigas gigantes estão 'invadindo' Apucarana e região

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As saúvas, que adaptaram sua vida em sociedade de forma complexa e sobreviveram por milhões de anos – notadamente por cultivarem o próprio alimento (fungos) dentro das colônias –, agora demonstram possuir uma forma de "memória imune coletiva", um achado inédito em insetos sociais.

O cerne da pesquisa está na forma como os animais sociais se defendem contra a ameaça de contágio. Assim como a espécie humana adaptou drasticamente seus comportamentos durante a pandemia de covid-19 (isolamento, higiene), as formigas saúvas também alteram suas estratégias para proteger a colônia.

"Estávamos muito interessados em entender se as saúvas conseguem ‘aprender’ a se defender de diferentes patógenos, ou seja, se possuem algum tipo de memória imune coletiva”, explica Aryel C. Goes, primeiro autor do artigo, que resultou de sua pesquisa de mestrado na Unesp.

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O estudo, publicado na revista científica Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences, mostrou que as formigas da espécie Atta sexdens (saúvas-limão) não apenas reconhecem os patógenos, mas também intensificam suas "respostas higiênicas" quando expostas repetidamente ao mesmo tipo de ameaça, como fungos.

O Que Significa "Memória Coletiva"?

Em termos biológicos, a memória imunológica é a capacidade de um organismo de "lembrar" de um microrganismo que causou doença, permitindo uma resposta mais rápida e direcionada em reinfecções. No ser humano, essa capacidade é fundamental para a eficácia das vacinas.

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O que os pesquisadores observaram nas saúvas é que o sistema de defesa da colônia manifesta características típicas de memória imune individual:

  • Força: Respostas intensificadas contra um patógeno após o primeiro contato.
  • Velocidade: Respostas mais rápidas a cada reinfecção.
  • Especificidade: A defesa só ocorre contra um patógeno previamente conhecido.

"Constatamos que a formiga é capaz de reconhecer os patógenos e, além disso, intensificar respostas higiênicas quando defrontadas repetidas vezes com um mesmo tipo de ameaça, o que podemos traduzir como um tipo de memória coletiva. É a primeira vez que se observa algo assim em insetos sociais”, afirma André Rodrigues, orientador da pesquisa e docente da Unesp.

Com informações do Estado de Minas

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