Feijoada envenenada: mulher é acusada de matar quatro pessoas
Suspeita está presa preventivamente por determinação do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP)

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) decretou a prisão preventiva de uma mulher de 36 anos suspeita de matar quatro pessoas envenenadas. Segundo o juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo, suspeita, que é moradora de Guarulhos, é considerada uma “verdadeira serial killer”. A mulher está presa preventivamente desde 4 de setembro.
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Entre as vítimas está o aposentado Neil Corrêa da Silva, de 65 anos, que morreu após comer uma feijoada supostamente envenenada em abril, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.
Segundo investigação do 1º DP de Guarulhos, a morte teria sido encomendada pela filha da vítima, de 42 anos, que foi presa na terça-feira (7), suspeita de envolvimento no crime.
Além do aposentado, outras duas mortes atribuídas a moradora de Guarulhos aconteceram na cidade dela e uma quarta em São Paulo. O delegado Halisson Leite, que investiga a conexão entre as quatro mortes, está no Rio de Janeiro para acompanhar a exumação do corpo de Neil.
Na decisão judicial que determinou a prisão, foi reconhecida a “conexão instrumental” entre os assassinatos, justificando a concentração da investigação dos casos na delegacia da Grande São Paulo.
Denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP) obtida pelo Metrópoles aponta que todos os homicídios dos quais mulher é suspeita foram praticados com o uso de veneno ou drogas de natureza semelhante ao “chumbinho”. A substância, que é ilegal e costuma ser usada para matar ratos, foi encontrada na residência dela, em Guarulhos.
A primeira vítima, Marcelo Hari Fonseca, foi morta em janeiro de 2025, na mesma cidade. A motivação do crime, segundo documentos judiciais, foi a intenção da suspeita se apoderar de modo exclusivo da residência da vítima, que a conheceu e permitiu que ela morasse no imóvel. Ela teria envenenado os alimentos de Marcelo, afirma a denúncia.
Maria Aparecida Rodrigues foi a segunda pessoa cuja morte é atribuída a ela. O homicídio ocorreu entre 10 e 11 de abril, também em Guarulhos. Nesse caso, o motivo foi a intenção de incriminar falsamente a testemunha Diego Sakaguchi, um antigo amante da suspeita, que havia rompido o relacionamento. A mulher teria se aproveitado da amizade com Maria Aparecida para introduzir a substância letal em seus alimentos.
Os crimes prosseguiram com Neil Correa da Silva, vítima de homicídio em Duque de Caxias. O assassinato ocorreu em razão de “promessa de recompensa” supostamente dada pela filha dele de quem a principal suspeita é amiga, como mostram as investigações da Polícia Civil de São Paulo.
A guarulhense então viajou ao Rio de Janeiro e, aproveitando-se da proximidade que tinha com a filha da vítima, inseriu em uma feijoada o mesmo veneno por ela costumeiramente utilizado. O MPSP solicitou a continuidade das investigações, separadamente, para apontar a precisa identificação e individualização da conduta da filha da vítima no assassinato do pai.