Expedição encontra flor mais rara do mundo após 13 anos de buscas
Rafflesia hasseltii, parente da famosa “flor-cadáver”, é registrada desabrochando durante incursão na floresta
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Uma expedição científica em Sumatra, na Indonésia, terminou em forte comoção após pesquisadores localizarem um exemplar extremamente raro da Rafflesia hasseltii, uma flor gigante, parasita e difícil de ser encontrada na natureza. Até então, grande parte do material visual disponível sobre a espécie vinha de ilustrações do século 19.
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O biólogo indonésio Septian “Deki” Andrikithat, que integra iniciativas de conservação na região, caiu de joelhos e chorou ao avistar a planta. “Ele buscava esta flor há 13 anos”, contou o botânico britânico Chris Thorogood, professor associado da Universidade de Oxford e fotógrafo botânico, que registrou o momento.
Segundo Thorogood, localizar a flor exigiu dois dias caminhando dia e noite pela mata fechada. “Esta planta já foi vista mais vezes por tigres do que por humanos. É uma experiência quase mística. Pouquíssimas pessoas já viram essa flor, e nós a encontramos desabrochando à noite. Foi mágico”, relatou o pesquisador em post no X (antigo Twitter).
Ele descreveu o instante em que observaram a planta se abrir em silêncio como “algo de outro planeta”. A raridade do momento se deve ao ciclo peculiar da espécie: o botão leva até nove meses para se desenvolver e permanece aberto apenas por poucos dias.
A vida secreta da flor parasita
A flor, que tem coloração vermelha com manchas brancas e pode chegar ao tamanho de uma melancia, abriu lentamente suas pétalas durante a noite, permitindo à equipe registrar imagens inéditas do desabrochar.
A Rafflesia hasseltii é uma planta totalmente parasita: ela cresce dentro de cipós tropicais, sem folhas, raízes ou caule, e só aparece na superfície para florescer. Após desabrochar, vive cerca de uma semana.
Assim como outras espécies do gênero, exala um odor semelhante ao de carne em decomposição para atrair moscas, responsáveis pela polinização. O cheiro, porém, é menos intenso que o da Rafflesia arnoldii, a maior flor do mundo, também nativa de Sumatra e conhecida como “flor-cadáver”.
Durante a mesma expedição, os cientistas também encontraram exemplares da Rafflesia arnoldii, que pode alcançar quase um metro de diâmetro. Todas as espécies do gênero enfrentam risco de extinção devido à perda acelerada de habitat.
Para os pesquisadores, o feito vai além do registro científico.
“Encontrar a Rafflesia hasseltii é como alcançar o impossível. Momentos assim mudam vidas e reforçam a ligação profunda entre pessoas e natureza”, afirmou Thorogood.
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