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Ex-diretora de presídio transava com preso e ajudou fuga de detentos

A ex-diretora mantinha “contato direto e reuniões particulares” com líderes de facções

Da Redação

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As investigações, conduzidas após a fuga de 16 presos, apontam que Joneuma Silva Neres, primeira mulher a comandar um presídio masculino na Bahia, facilitou a ação que libertou Dadá e outros detentos.
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As investigações, conduzidas após a fuga de 16 presos, apontam que Joneuma Silva Neres, primeira mulher a comandar um presídio masculino na Bahia, facilitou a ação que libertou Dadá e outros detentos.
Escrito por Da Redação
Publicado em 04.07.2025, 19:11:17 Editado em 04.07.2025, 19:11:13
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Uma investigação sobre a fuga de 16 detentos do Conjunto Penal de Eunápolis, no sul da Bahia, em 12 de dezembro de 2024, revelou um escândalo envolvendo a ex-diretora da unidade, Joneuma Neres Silva, de 33 anos. Segundo depoimentos de presos e funcionários, Joneuma mantinha uma relação amorosa com Ednaldo Pereira Souza, conhecido como Dadá, líder da facção Primeiro Comando de Eunápolis (PCE), e concedia regalias a membros do grupo, incluindo a entrada irregular de itens e a liberação de acesso sem revista a pessoas próximas aos detentos.

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As acusações, que culminaram na prisão de Joneuma em janeiro deste ano, levantam sérias questões sobre a gestão do sistema prisional e a influência de facções criminosas.

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As investigações, conduzidas após a fuga de 16 presos, apontam que Joneuma Silva Neres, primeira mulher a comandar um presídio masculino na Bahia, facilitou a ação que libertou Dadá e outros detentos. De acordo com o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), a ex-diretora mantinha “contato direto e reuniões particulares” com líderes de facções, especialmente Dadá, e autorizava benefícios como a entrada de freezers, roupas, sanduicheiras e refrigeradores para uso exclusivo dos membros do PCE.

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Um depoimento do ex-coordenador de segurança do presídio, Wellington Oliveira, preso por suspeita de cumplicidade, revelou que Joneuma permitia a entrada da esposa de Dadá sem revista ou inspeção, uma prática que desrespeitava os protocolos de segurança.

Relatos de funcionários e presos indicam que Joneuma e Dadá frequentemente se reuniam a sós, com o visor da porta coberto por uma folha de papel, o que gerava desconfiança entre a equipe. A investigação também sugere que a ex-diretora teria recebido R$ 1,5 milhão da facção PCE, com planos de fugir para o Rio de Janeiro, onde o grupo mantém alianças com o Comando Vermelho (CV). A defesa de Joneuma, representada pelo advogado Artur Nunes, nega veementemente essas acusações, afirmando que não há provas de qualquer pagamento e que a quebra de sigilo bancário da ex-diretora está à disposição para comprovar sua inocência.

Um elemento adicional complicou o caso: Joneuma, que estava grávida no momento de sua prisão, ingressou com um pedido judicial de auxílio financeiro contra o ex-deputado federal Uldurico Junior, alegando que ele seria o pai de seu filho, nascido prematuramente e atualmente sob sua guarda no Conjunto Penal de Itabuna. As investigações apontam que Uldurico tinha acesso privilegiado ao presídio, sem passar por revistas, e mantinha contato frequente com Dadá e outros líderes de facções.

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O advogado do ex-parlamentar negou as acusações e afirmou que Uldurico aguarda um teste de DNA para esclarecer a paternidade. A fuga dos 16 detentos, registrada em vídeo como uma “ação planejada”, foi orquestrada, segundo a polícia, com o objetivo principal de libertar Dadá, líder do PCE. Até o momento, 15 dos fugitivos permanecem foragidos, enquanto um deles foi localizado em uma casa em Eunápolis e morreu durante uma operação policial. A investigação também levou à prisão de Wellington Oliveira, ex-coordenador de segurança do presídio, acusado de ser cúmplice de Joneuma.

A sentença do TJ-BA que manteve a prisão da ex-diretora destacou as “diversas irregularidades” sob sua gestão, incluindo a falta de rigor na segurança e a proximidade com líderes criminosos.

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A defesa de Joneuma argumenta que suas ações buscavam manter a ordem no presídio, uma vez que a gestão de unidades penais frequentemente envolve negociações para evitar conflitos entre detentos. “Dentro de uma unidade penal, vive-se de negociação para estabelecer a ordem e evitar guerras”, declarou o advogado Artur Nunes. Ele também pediu a liberação de Joneuma, citando sua condição de mãe de uma criança recém-nascida.

No entanto, a gravidade das acusações e os indícios de envolvimento com a facção mantêm a ex-diretora sob custódia. O caso chocou a população de Eunápolis e reacendeu debates sobre a vulnerabilidade do sistema prisional brasileiro. A influência crescente de facções como o PCE, aliada a falhas na gestão e possíveis casos de corrupção, expõe a necessidade de reformas urgentes para garantir a segurança e a integridade das penitenciárias.

A Polícia Civil segue investigando, enquanto a sociedade aguarda desdobramentos que esclareçam o papel de Joneuma e de outros envolvidos no escândalo.

Informações: portal CM7 Brasil

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