Os mercados financeiros enfrentam mais um dia de forte turbulência nesta segunda-feira (7), refletindo o agravamento da guerra comercial entre Estados Unidos e China. O dólar abriu em alta no Brasil, cotado a R$ 5,88, e acelerava a valorização pela manhã, chegando a R$ 5,8930 por volta das 9h30.
Na máxima do dia, o dólar chegou a R$ 5,9313. Por volta das 14h30, operava na casa dos R$ 5,90.
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O nervosismo é global. Os índices futuros em Wall Street apontam para mais um dia de queda acentuada, enquanto as bolsas asiáticas já fecharam com perdas históricas. Em Hong Kong, o índice Hang Seng teve o pior desempenho desde 1997, com queda de 13,22%.
A tensão nos mercados se intensificou após a China anunciar novas retaliações às tarifas impostas pelos EUA na última sexta-feira (4). No fim de semana, o ex-presidente Donald Trump afirmou que não pretende negociar com os chineses até que o déficit comercial norte-americano seja resolvido, sinalizando que não há trégua à vista.
Wall Street à beira de um “bear market”
Nos EUA, os contratos futuros do S&P 500 recuavam quase 2%, enquanto o Nasdaq 100 e o Dow Jones caíam 2,15% e 2,02%, respectivamente. O S&P 500 já acumula perdas de mais de 20% desde o pico, o que o colocaria oficialmente em um “bear market”, quando há queda prolongada de preços.
Nas últimas duas sessões após a decisão tarifária de Trump, o índice perdeu 10,5%, o que equivale a uma redução de quase US$ 5 trilhões em valor de mercado — a maior queda em dois dias desde março de 2020.
Europa em queda com temor de recessão
Na Europa, o índice STOXX 600 registrava queda de 4,2%, no menor patamar em 16 meses, caminhando para seu pior desempenho diário desde o início da pandemia. A União Europeia estuda impor contramedidas comerciais que podem afetar até US$ 28 bilhões em produtos norte-americanos.
“O mercado esperava algum sinal de negociação durante o fim de semana, mas as declarações de Trump indicam que ele está confortável com o impacto econômico de suas ações”, afirmou Richard Flax, diretor de investimentos da gestora Moneyfarm.
Bolsas asiáticas despencam
A Ásia também sentiu os impactos. O índice CSI300, da China, caiu 7,05%, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, desabou 13,22%. Investidores estatais tentaram conter a queda comprando ações, mas o pessimismo generalizado derrubou ativos ligados ao comércio e crescimento econômico, como empresas de tecnologia e bancos.
Petróleo e criptomoedas acompanham a queda
Com o aumento do temor de recessão, os preços do petróleo também recuaram. O Brent era negociado a US$ 63,84, e o WTI a US$ 60,35, ambos com queda de 2,65%. Na semana passada, os dois contratos já haviam perdido mais de 10%.
O mercado de criptomoedas também sente os efeitos da aversão ao risco. O Bitcoin recuava mais de 7% nesta manhã, sendo cotado a US$ 76.712. Ethereum (ETH), Solana (SOL) e Ripple (XRP) também registravam fortes perdas, chegando a quase 10% em algumas moedas.
Com informações: CNN Brasil
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